Editorial

Tudo passa por eles

Celebrado neste domingo, o Dia do Professor certamente chegará repleto de reconhecimento pelas redes sociais de ex-alunos lembrando de grandes histórias e aprendizados com seus mestres. Na segunda-feira, certamente pais farão alguma gentileza, como mandar uma lembrancinha ou uma cartinha para seus pequenos entregarem ao educador favorito. Tudo isso é muito lindo, mas precisamos de mais. A valorização do profissional da educação ainda está muito aquém no Brasil. Basta um segundo de reflexão para lembrarmos que todo mundo passa (ou deveria passar) por uma sala de aula e é ali que as mentes são estruturadas para construir nosso futuro. Portanto, o mínimo que se espera é que os profissionais tenham estrutura adequada e pagamento decente para realizar seu trabalho.

Na edição de hoje do Diário Popular, o repórter João Pedro Goulart traz relatos de quem deu um passo a mais na missão de lecionar e dedicou-se a orientar pessoas especiais. Um desafio ainda maior, dada a especialização necessária para lidar com autistas, deficientes visuais, surdos, etc. Ser professor é, de fato, uma vocação. Beira o dom divino ser capaz de transmitir conhecimento, mesmo com barreiras sociais e estruturais, entre outras. São constantes também os relatos de quem pega horas de estrada para ir à zona rural, nos rincões mais remotos, para dar aulas. A beleza dessa profissão passa pela dedicação.

Porém, a dedicação parece ser também o calcanhar de aquiles, especialmente dos primeiros níveis. Sabe-se que terão professores interessados, sabe-se que haverá dedicação e, talvez por isso, os salários oferecidos raramente sejam aceitáveis. Não encaixam-se como professores, mas auxiliares de educação básica, por exemplo, ainda precisam de aditivo salarial para alcançar a margem de um salário mínimo. Ou seja, seu piso é inferior a isso! Por mais que seja uma denominação diferente, são também profissionais dedicados à educação das nossas crianças.

Nesse dia do professor, todas as homenagens são merecidas. No entanto, ficamos, mais um ano, na torcida para que elas venham acompanhadas pela valorização salarial, estrutural e pelo respeito dentro e fora da sala de aula. Outro problema cada vez mais corriqueiro, aliás. Tanto por parte de alunos e pais, quanto de gestores…


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