Editorial
Um ano bélico
Enquanto 2023 caminha para o fim, é normal olharmos para o que aconteceu e refletir sobre o mundo. Ao olharmos para o macro, é assustador ver a escalada militar que o planeta vive e as péssimas perspectivas para 2024. O populismo - de direita e esquerda - se tornou quase um padrão global e, nessa onda, vivemos duas guerras e uma terceira, essa na nossa porta, vivendo um avanço quase que inexplicável.
A questão Rússia-Ucrânia quase que caiu no esquecimento, mas os seus impactos ainda são sentidos em diversos setores da economia e das relações globais. Em guerras, ninguém é santo, obviamente, e a divisão de líderes das demais nações na hora de tomar um partido, ou de ficar em cima do muro, contribuiu para o enfraquecimento de muitas outras pautas de interesse coletivo, passando inclusive pelo clima.
Um tanto do esquecimento da questão europeia vem do Oriente Médio, com o absurdo conflito iniciado pelo Hamas contra Israel em outubro, cuja resposta acabou sendo também extremamente sanguinária. Após semanas de falta de diálogo e corpos empilhados diariamente, em especial na Palestina, finalmente a questão arrefeceu. A comunidade internacional, que tanto falhou nos demais conflitos e no início deste, parece ter se alinhado pelo fim da barbárie que é ainda existir guerras.
Porém, se os dois confrontos distantes parecem estabilizados, na porta de casa a Venezuela toma uma atitude irresponsável e descabida de tentar anexar território da Guiana. Algo que o Brasil já se mexe para tentar impedir, visto que o cenário inteiro sugere a militarização dessa briga. Os interesses na região são óbvios: petróleo e garimpo atraíram o interesse e a ganância de Nicolás Maduro e sua trupe.
Para os interesses do Brasil, um avanço bélico na porta de casa às vésperas de um ano que se busca equilíbrio político e financeiro é catastrófico. Para o mundo, após o alívio dos outros confrontos, ver um terceiro em fase de ebulição é inaceitável. Espera-se que a diplomacia haja rapidamente e, além disso, que os líderes comecem a ter um pouquinho da cabeça no lugar e ganância a menos para que, em 2024, o planeta passe a pensar em coisas que agreguem e não tanto em destruição. Se bem que, pelo visto, esse último desejo, para sair do papel, só em uma cartinha para o Papai Noel.
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