Editorial

Um problema que se arrasta

Já estamos chegando em abril de 2023 e o problema da falta de anestesistas do Hospital Escola da Universidade Federal de Pelotas (HE-UFPel) permanece sem solução. A mais recente da série de notícias negativas sobre o tema é que não houve interessados no edital da Prefeitura de Pelotas, que buscava empresas interessadas em oferecer serviços de anestesiologia no única instituição com atendimento 100% pelo Sistema Único de Saúde (SUS) no Município.

Em entrevista publicada nesta terça-feira (28) no Diário Popular, o diretor da Região Sul do Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers), apontou dois pontos como os principais para a contratação destes profissionais: o tempo de contratação previsto no edital (apenas três menos de contrato) e a falta de profissionais com especialização na área. "É difícil para um profissional que já está alocado no mercado de trabalho, com várias ofertas de emprego com mais estabilidade, optar por uma sabidamente curta e sem possibilidade de continuidade (...) Há escassez de anestesiologistas em todo Brasil, há poucas Residências Médicas formadoras destes especialistas, o que explica esta falta de profissionais".

O problema é grave e já causou transtornos para muitos em Pelotas. A começar pelos pacientes, que tiveram suas cirurgias adiadas, e até mesmo canceladas, pela falta destes profissionais. Passando também pelos profissionais da área que lá permaneceram, que precisam fazer uma carga horária ainda maior para tentar cobrir os horários daqueles que saíram. E também dos estudantes, tanto da Residência em Anestesiolagia quanto da Residência em Cirurgia, que viram seus programas serem fechados em função da crise.

Para que o Hospital Escola consiga atender a demanda de Pelotas e de vários outros municípios da Zona Sul, o Poder Público, a direção da instituição e a Ebserh precisam seguir trabalhando em conjunto em busca de uma nova solução. Ainda que permaneça aberto, parece pouco provável que o edital lançado pela Prefeitura consiga atrair novos profissionais. O HE e a saúde pública da região precisam de uma solução definitiva. E rápida.

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