Editorial
Voltando para casa
O conflito iniciado há uma semana, com ataques injustificáveis do grupo extremista Hamas contra Israel na Faixa de Gaza - e que vitimou milhares de pessoas -, exigiu que o governo brasileiro iniciasse uma força-tarefa para repatriar os cidadãos que vivem nas proximidades, ou que estavam apenas visitando quando tudo aconteceu. Os relatos de quem viveu a tensão de perto são tão emocionantes quanto os de quem estava aqui, apreensivo sem notícias dos familiares e amigos. Segundo números divulgados pelo Itamaraty, já está próximo de mil o número de brasileiros que pegou carona nos aviões da Força Aérea Brasileira (FAB) e deixou Israel rumo ao país natal.
Com cerca de seis mil brasileiros vivendo na Palestina - segundo o Ministério de Relações Exteriores (MRE) - a logística para trazê-los de volta é muito mais complexa. Uma contribuição fundamental foi dada pelo Egito que, após um acordo com Israel, abriu temporariamente a fronteira ao sul de Gaza. Este acerto permite a criação de um corredor humanitário na passagem de Rafah - para que as pessoas possam deixar o local do conflito. O governo brasileiro, por sua vez, disponibilizou ônibus para levá-los até a aeronave VC-2 (Embraer 190) da FAB, utilizada pela Presidência da República e cedida para a Operação Voltando em Paz, para iniciar o retorno ao Brasil. O último entrave depende de negociação que envolve os governos de Israel, Egito, Estados Unidos e Brasil para possam cruzar a fronteira para deixar a Faixa de Gaza. Até o fechamento desta edição a fronteira egípcia permanecia fechada para estrangeiros. A abertura, no entanto, deve ocorrer ainda hoje.
A ação coordenada e eficiente evidencia a importância da diplomacia, cooperação internacional e prontidão governamental em situações de crise. O resgate - e a tentativa de resgate - dos brasileiros na região do conflito não apenas demonstra a responsabilidade de quem governa para com seus cidadãos, mas também destaca a necessidade contínua de esforços colaborativos para lidar com desafios humanitários que uma guerra como essa proporciona.
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