Opinião
Xenofobia?
Por Rubens Amador
Jornalista
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Os franceses merecem louvor pela forma como mantém sua aversão por palavras alienígenas em sua cultura. Eles não permitem que sua linguagem e seus hábitos e costumes sejam invadidos por outras formas de expressões, ou terminologias, que fujam ao seu léxico. Aliás, é fácil compreender-se isso, se recordarmos que a França continua sendo um paradigma para todos os povos, que, espontaneamente os copiam na terminologia de palavras típicas gaulesas, como chic. madame, adieu, au revoir, merci e garçon; entre muitas outras; tudo como influência do berço cultural da velha França, com seus vultos ilustres - clássicos - que, tanto na literatura de alto coturno, quanto na poesia, no teatro ou na pintura, dominaram praticamente o cenário mundial do século 17 a esta parte.
Sua história, coruscante e inspiradora, além das suas personagens multifacetadas no campo do pensamento, tornou a França uma espécie de nicho, onde os demais povos têm ido, e continuam indo, buscando conhecimentos e encantamento de ideias e pensamento. Pois o governo de França recentemente proibiu que se de a identificação da palavra "e-mail" - para eles um estrangeirismo - e consagraram "courrier electronique", para significar as mensagens pela Internet, no lugar de "e-mail". A própria designação genérica de "computador", na terra de Emmanuel Jean-Michel Fréderic Macron, há um neologismo tipicamente francês para defini-lo: Memrise! Eu perdoo e respeito a França pelo policiamento que faz no seu léxico, para que ele não venha a se diminuir, na terra de um Voltaire, de um Vitor Hugo, de um Talleyrand.
Seria bom que pudéssemos evitar também a infiltração deletéria de certos hábitos e costumes entre os nossos jovens, caso do Brasil, que, me parece altamente desfigurador da nacionalidade. Refiro-me aos cultos estranhos que estão sendo introduzidos até nas escolas. É o caso de respeitáveis estabelecimentos, alguns de nome, que cultuam entre os seus alunos, com grande ênfase, o tal de Halloween, uma tradição norte-americana que nada tem a ver com nossa gente e nossos costumes. Lenda por lenda, nós temos muitas, e muito bonitas, tipicamente brasileiras, que deveriam ser cultuadas; e que também se rechaçasse a essas liberalidades linguistas e de costumes, altamente suspeitas, no que se refere a alienação, como essas abundantes camisetas levadas por jovens com frases em inglês por nossas ruas. Os portugueses também não fazem concessões a estrangeirismos: lá, vídeo cassete é vídeo-registro, e mouse, de computador, é rato!
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