Anderson Torres, o ex-ministro da Justiça do governo de Jair Bolsonaro (PL), foi preso na manhã deste sábado (14), por voltas das 7h20min, pela Polícia Federal, ao desembarcar em Brasília, quando voltava de férias nos Estados Unidos.

Torres, que também é ex-secretário de Segurança do Distrito Federal (DF) é investigado por suposto favorecimento aos ataques na Praça dos Três Poderes, em Brasília, que ocorreu no domingo, dia 8. Naquele momento Torres ainda era secretário, mas estava de férias nos Estados Unidos.

Contra Torres ainda pesa um rascunho de decreto para instaurar estado de defesa na sede do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O documento foi encontrado pela PF e previa reverter o resultado da eleição presidencial em caso de derrota de Bolsonaro, na disputa com o, na época, candidato Lula (PT).

A prisão foi pedida pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), após decidir abrir inquérito contra o governador afastado do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), e seu ex-secretário de Segurança Pública Anderson Torres.

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, afirmou que o documento que policiais federais apreenderam na casa do ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal (DF) é um indício fundamental de que o ataque antidemocrático aos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário registrado no último domingo (8) não foi um “fato isolado”.

“O documento configura um elemento fundamental para a compreensão de causas e efeitos”, declarou Dino a jornalistas, nesta sexta-feira (13). “Ele indica a relação entre eventos inaugurados no dia 30 de outubro, dia do segundo turno, e o último dia 8, demonstrando que houve um engendramento, um planejamento”, acrescentou o ministro, pontuando que cabe ao ex-secretário distrital, Anderson Torres, explicar quem produziu a minuta de decreto apreendida em sua casa.