Por Rafaela Rosa
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Discursos com tom firme contra os atos golpistas, ocorridos no último domingo em Brasília, marcaram a segunda sessão representativa do ano na Câmara de Vereadores de Pelotas. A maioria dos parlamentares - que nessa época se revezam nas sessões, sendo um por bancada - usou a tribuna para repudiar o movimento antidemocrático e cobrou investigação das autoridades competentes. Além disso, a nota conjunta, assinada pela Prefeitura, pelo Legislativo e pelo Judiciário pelotense, foi lida em plenário pelo presidente da Casa, Cesar Brisolara, o Cesinha (PSB).
A primeira a usar a palavra foi Marisa Schwarzer (PSB). A vereadora dividiu seu tempo também para tratar de outras demandas e classificou os acontecimentos como "afronta à democracia". "É muito triste ver a destruição do que é nosso. Triste também ver a agressão ao policial e ao cavalo. Isso é incompatível com um país livre como o Brasil", disse.
Paulo Coitinho (Cidadania) usou as inúmeras manifestações que já ocorreram na frente do Legislativo em dias de votações polêmicas para exemplificar o que são atos democráticos e respaldados pela lei. "Sempre defendi nesta Casa o diálogo, o respeito à democracia, pois é o regime que esse Brasil exerce. Não se pode confundir liberdade com libertinagem."
Jurandir Silva (PSOL) foi enfático: "O que aconteceu domingo em Brasília foi uma tentativa de golpe". O parlamentar relembrou o golpe de 1964, os mais de 20 anos de ditadura militar no Brasil e a anistia concedida a torturadores da época. "Não é aceitável confundir ou sequer comparar a tentativa de um golpe, que foi o que aconteceu no domingo, com manifestações legítimas, democráticas e críticas", sustentou. A punição aos envolvidos também foi cobrada.
O vereador Cristiano Silva (UB) endossou o discurso do vereador do PSOL e classificou como "barbárie" os atos do dia 8. "É preciso investigação. E que essas pessoas sejam punidas severamente, pois a democracia tem que estar acima de tudo. A democracia tem que continuar no Brasil", declarou.
A petista Carla Cassais lembrou de quando Jair Bolsonaro homenageou o torturador coronel Brilhante Ustra, que foi chefe do DOI - órgão de repressão política nos anos de ditadura -, na votação do impeachment de Dilma Rousseff. "O que temos visto desde que esse deputado homenageou o torturador ser eleito presidente do Brasil é justamente a negação da política com base democrática", afirmou a vereadora. "O direito de reivindicar está baseado em ideais democráticos. Qual a pauta daqueles que destruíram obras de arte, que invadiram os Poderes?", perguntou, pedindo a investigação dos financiadores dos atos.
"Me orgulho em fazer parte da Mesa Diretora que se manifestou contra os atos", disse o vereador e segundo secretário, Jone Soares (PSDB). O tucano apoiou as falas de cobrança de punição e pediu urgência nas investigações. "Manifestações fazem parte do jogo, mas destruir bens públicos perde todo o motivo. Temos que repudiar os atos cada vez mais."
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