Eleições 2022

O governador que quebrou paradigmas

Da Zona Sul, assumidamente gay e reeleito após renunciar, Leite faz história no RS

Foto: Volmer Perez - Hora do voto. Governador reeleito vota em Pelotas, n Assis Brasil

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Por Lucas Kurz

Os gaúchos quebraram uma das mais antigas tradições da política do Estado e, pela primeira vez desde a redemocratização, alçaram ao segundo mandato um governador. O pelotense Eduardo Leite (PSDB) conseguiu uma arrancada histórica para cima de Onyx Lorenzoni (PL), mais do que dobrou os votos e voltará a ocupar o Palácio Piratini pelos próximos anos, tendo Gabriel Souza (MDB) como vice.

Para o novo mandato, o pelotense promete investir pesado em educação, sua principal bandeira de campanha, junto com o reequilíbrio financeiro do Estado. Prometeu, ainda, não privatizar o Banrisul, em um aceno por votos da esquerda, o que surtiu efeito nas urnas.

Com propostas voltadas à continuidade dos projetos que executou junto com seu então vice e atual governador, Ranolfo Vieira Jr. (PSDB), Leite promete manter as parcerias e avaliar concessões de rodovias, ampliar programas voltados à saúde e infância, com foco na vacinação, além de promover melhorias em escolas, no ensino integral e na expansão de vagas à rede infantil. Uma das principais propostas voltadas ao interior é a criação de barragens, visando a suficiência hídrica. Também promete pavimentação asfáltica no acesso a todos os municípios.

Conheça mais sobre o governador

Eduardo Figueiredo Cavalheiro Leite é formado em Direito pela UFPel, tem 37 anos e é natural de Pelotas, onde iniciou a carreira política como vereador. Foi chefe de gabinete de Adolfo Fetter Jr. (PP), enquanto este era prefeito da cidade. O próprio Leite foi seu sucessor, entre 2012 e 2016, quando não quis concorrer a um segundo mandato mesmo com altos índices de aprovação. Em 2018, venceu José Ivo Sartori (MDB) e foi uma das pessoas mais jovens da história a se eleger para o governo do Rio Grande do Sul, cargo que ocupou até abril deste ano, quando renunciou para tentar disputar a Presidência da República, o que não se concretizou.

Sempre contrário à reeleição, afirmou durante a campanha que candidatou-se novamente por não precisar dividir as atenções entre o governo e a eleição. Em um estado conservador, Leite assumiu publicamente sua orientação sexual no final do ano passado e, dessa maneira, tornou-se também o primeiro político eleito para o cargo máximo do RS assumidamente gay.

Seu entorno

O mandato de Leite deverá ter ares de continuidade e, por isso, diversos nomes do secretariado que integraram o núcleo do governo tendem a ser repetidos. Seu vice, Gabriel Souza, é porto-alegrense, mestre em Direito, pós-graduado em Gestão Pública e médico veterinário. Não há, ainda, um aceno se ele ocupará alguma secretaria, o que ocorreu com seu antecessor. Ranolfo Vieira Jr, aliás, é nome forte para u eventual retorno à pasta da Segurança Pública, que ocupou durante o mandato como vice.

Nomes fortes do governo, como os pelotenses Beatriz Araújo, da Cultura, e Cláudio Gastal, do Planejamento, Governança e Gestão, podem continuar. Além deles, Arita Bergmann, da Saúde, Raquel Teixeira, da Educação, Arthur Lemos Júnior, da Casa Civil e Leonardo Busatto, da Fazenda, têm boa avaliação e a confiança de Leite. Não reeleito, o deputado estadual pelotense Luiz Henrique Viana (PSDB), que ocupou a pasta do Meio Ambiente até a saída para disputar as eleições, é um possível retorno.

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