Reivindicação

Comunidade escolar do Félix da Cunha faz caminhada por segurança

Uma frase, escrita no banheiro dos estudantes, fazia ameaças de um massacre nesta quarta

Foto: Carlos Queiroz - DP - Últimos acontecimentos na comunidade escolar levaram alunos às ruas para pedir por mais segurança dentro das escolas

A comunidade escolar do Colégio Estadual Félix da Cunha, de Pelotas, saiu em caminhada na tarde desta quarta-feira (5) para reivindicar maior segurança. O ato foi organizado depois de um aluno descobrir em um dos banheiros a frase “massacre dia 5 de abril, não falte”, que acabou se disseminando em grupos e redes sociais, causando pânico entre pais e estudantes. Vestindo preto, os integrantes da caminhada diziam estar “em luto pela escola pública que está sendo deixada de lado”, segundo a diretora-geral Rejane Monteiro.

A caminhada saiu da frente do colégio, passando pela Câmara de Vereadores, em direção à 5ª Coordenadoria Regional de Ensino (CRE), onde a direção entregou ofício solicitando mais segurança no perímetro escolar. A mobilização lamentava, ainda, a morte de quatro crianças em um ataque a uma escola infantil de Blumenau, em Santa Catarina, após um homem pular o muro e atacar os alunos com golpes de machadinha (leia mais na página 18).

Segundo a diretora Rejane Monteiro, a atitude do Félix da Cunha chama atenção da comunidade exatamente para se evitar que possam acontecer situações como a de Blumenau. “Estamos pedindo um olhar a mais para as escolas, e não somente para o Félix da Cunha, já que muitas hoje passam pelo problema de falta de segurança. É impossível dois soldados da Brigada Militar, que fazem a ronda escolar, olhar para 96 escolas em um único dia. Eles são verdadeiros heróis. Mas o Estado tem que ter esse olhar cuidadoso para as nossas escolas públicas, de forma urgente.”

Foto: Carlos Queiroz - DP


O aluno Pedro Henrique Bessa foi quem teve a atitude de fotografar a frase com a ameaça ao colégio e levar ao conhecimento da diretora. “Ela, de imediato, teve a atitude correta de buscar orientação junto à polícia, de chamar os pais e professores para uma reunião e para esta caminhada. Acredito que a frase já estava ali há um bom tempo sem ninguém perceber ou dar importância a ela.” Ele disse acreditar que, mesmo que possa ser alguma brincadeira de mau gosto, é preciso levar a sério e continuar lutando por maior segurança nas escolas.

O que diz a CRE

A coordenadora da 5ª CRE, Alice Maria Szezepanski, afirma que o episódio de ameaça no Colégio Felix da Cunha foi informado às forças de segurança por meio de Boletim de Ocorrência, diante da gravidade do conteúdo. “Mas trata-se de um caso de segurança interna, que foi praticado por um aluno dentro da escola.” A gestora diz ainda que em todas as escolas do Estado, além da Coordenadoria, existe a Comissão Interna de Prevenção a Acidentes e Violência Escolar (Cipave). “Essa comissão faz o acompanhamento das ações e organiza a escola para discussões sobre o tema. Isso já está sendo feito no colégio há muito tempo, não ocorrendo reuniões somente nos anos das aulas remotas, e agora já retomando o trabalho para 2023.”

Alice enfatiza que a comissão auxilia, também, a organização das normas de convivência, importantes na definição dos fluxos de comportamentos e atitudes no cotidiano escolar. “É importante oportunizar momentos de diálogo e entendimento da importância das relações na escola, chamando, também, as famílias para essa conversa. Todos somos importantes nesse processo de socialização, pois a escola é um espaço de estar e aprender com todos”, conclui.

Bomba e ameaça em Rio Grande

No dia 14 de março, uma bomba caseira explodiu no banheiro da Escola Estadual Instituto de Educação Juvenal Muller, em Rio Grande. A explosão felizmente não resultou em mortes, causando apenas prejuízos materiais, destruindo louças sanitárias e estilhaçando janelas, além de estragos em um corredor e na sala dos professores. Peritos estiveram no local e encontraram vestígios de plástico e pólvora.

Com base nas imagens de câmeras da escola, a Delegacia de Polícia de Proteção aos Grupos Vulneráveis (DPPGV), com apoio de agentes da Draco, 1ª, 2ª e 3ª Delegacias de Polícia, cumpriram o mandado de busca e apreensão da casa de um adolescente de 17 anos, supostamente envolvido no ato. Foram apreendidos diversos materiais e substâncias químicas que, possivelmente, seriam utilizados na confecção de artefatos explosivos, além de quatro celulares, uma arma de paintball de fabricação caseira, armas brancas artesanais, cadernos com anotações químicas e desenhos mórbidos.

No dia 28 de março, a comunidade escolar da Escola Municipal de Ensino Fundamental Dr. Rui Poester Peixoto foi alvo de uma ameaça de massacre pelas redes sociais. Os pais receberam imagens de um adolescente falando em realizar um ataque em três salas de aula, além de ameaçar a diretora de morte.

Os pais entraram em pânico e foram buscar seus filhos. A Brigada Militar e a Guarda Municipal foram acionadas e compareceram na escola, contendo os pais e os acalmando. Até hoje, Brigada Militar e Guarda Municipal se revezam na ronda.

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