Exemplo

Enfrentamento à enchente na Zona Sul pode servir de modelo no Estado

Comandante da Regional Sul dos Bombeiros, André Antunes fala sobre o trabalho da corporação na região

Foto: Jô Folha - DP - Equipes foram preparadas para enfrentar as adversidades na região

Em momentos de estresse elevado pela angústia de ver a água entrando na casa e não poder fazer nada, eles chegavam e, com toda capacidade e preparo, conduziam famílias inteiras e seus pets até um local seguro e seco. Assim o trabalho dos bombeiros militares nos municípios atingidos pelas chuvas, deslizamentos e enxurradas salvou muitas vidas. Lidar com o emocional em um momento desses requer planejamento, como conta o comandante da Regional Sul do Corpo de Bombeiros Militar do Rio Grande do Sul, coronel André Antunes.

O militar foi um que esteve à frente das ações preventivas e percorreu várias ruas que estavam em área de risco de inundação em Pelotas. Conversou com moradores. Usou sua experiência para convencê-los de que sair de casa naquele momento seria importante e que a cooperação de todas as instituições iria salvaguardar seu bem mais precioso: a vida. “Nós estamos falando em resposta e para isso é preciso levar em conta três aspectos: capacitação, tempo e logística. Responsável por batalhões, Antunes conhece bem as regiões e como lidar com elas. Mas a autoridade garante que o maior responsável pelo resultado positivo em Pelotas, São Lourenço do Sul, Rio Grande e São José do Norte foi a cooperação dos vários setores. “Com certeza é um exemplo de atuação a ser seguido daqui para frente no Estado.”

Capacitação

Por lidar com profissionais de outros Estados, e com aqueles que estiveram nas regiões mais atingidas, onde a busca por corpos foi a missão por vários dias, Antunes preza muito pela capacitação. “Dentro da capacitação o militar desenvolve um aspecto emocional, pois o profissional é submetido ao stress fire, um treinamento sob tensão, para ver como ele se comporta. Obviamente quando se tem um evento real, ele consegue ser muito mais resiliente - que é a palavra da moda - mas nós trabalhamos neste sentido, ou seja, da capacidade do militar atrelado ao emocional”, explicou. Na força-tarefa da Costa Doce, o comando contou com profissionais do RS que atuavam em emergência e, portanto, estavam desgastados. “Acolhemos as equipes, fizemos um check-in e as colocamos em cenários de atuação de forma organizada e distribuída em postos de acordo com a especificidade de cada um.”

Resposta

A região da Costa Doce contou com um fator muito importante que evitou maiores desastres que foi o tempo. Por isso, o segundo princípio trabalhado pelo comando foi a resposta. “O que nós fizemos aqui foi antecipar as ações diante do cenário de risco que o universo acadêmico nos entregou. Isso foi preditivo, e essencial, pois com o mapa dispusemos o efetivo de forma antecipada para que quando chegasse o momento de impacto ou destruição, nós tivéssemos um tempo resposta zero.”

Logística

O terceiro princípio citado pelo comandante é a logística, ou seja, a capacidade de recursos para emprego das ações. Em Pelotas, equipes montaram centrais na Z-3 e no Laranjal. “Colocamos um padrão de atendimento que foi: nós vamos estar lá antes com a logística e, assim, ter ações preventivas para evitar aquele socorro emergencial.” Foi quando entrou o uso de uma bandeira ou tecido azul caso a família estivesse bem e o vermelho para os que já estavam em situação de agonia. “Isso funcionou. As pessoas se sentiram mais confortáveis.

Interoperatividade

Mesmo com toda técnica e experiência da corporação, o coronel diz que o sucesso do resultado está na interoperatividade. “Isso é atribuído ao esforço cooperativo, com a liderança do Executivo e todos os órgãos atuando de forma síncrona e colaborativa”, destacou. Para o comandante, o trabalho foi além da integração. “Significa que quando eu saio de uma reunião, vou trabalhar junto com todos para entregar à população segurança e a confiança que espera”. 

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