Pesquisa

Município aposta em políticas públicas baseadas em dados

Em nova fase, Observatório Municipal amplia a parceria com secretarias para organizar dados

Michel Corvello/Ascom - Especial DP - Observatório terá novas áreas pesquisadas em 2023

O Observatório de Segurança Pública de Pelotas atua, desde 2017, desenvolvendo ações dedicadas à gestão de informações que possam auxiliar o Município a reduzir os índices de violências criminais. Nos últimos meses, o setor ampliou o campo de pesquisa e se aproximou das secretarias a fim de organizar e divulgar dados que apoiem na tomada de decisões.

A prefeita Paula Mascarenhas (PSDB) destaca o papel do Observatório em contribuir com o apoio estratégico, a produção de evidências científicas e a divulgação de informações sobre Pelotas. “Os dados fornecidos pelo Observatório de Segurança Pública são ferramentas muito potentes para definição e desenho de políticas públicas na área. O Observatório iniciou a trajetória na área da segurança pública prestando um serviço extremamente qualificado para as forças de segurança, que a partir dos dados fazem as suas avaliações e organizam a sua forma de atuação, mas também agora o Observatório está atuando em outros temas e a ideia na que não tenha limite nisso, para que a gente possa realmente tratar todos os segmentos em que a prefeitura tua de uma forma científica, procurando evidência para definir pôr em marcha as ações administrativas”, diz a prefeita.

Metodologia do Observatório

Desde a sua criação, o Observatório mapeia dados sobre Crimes Violentos Letais Intencionais (CLVIs), que englobam homicídio doloso, latrocínio, feminicídio, cadáver encontrado com sinais de violência, morte decorrente de intervenção policial e lesão corporal seguida de morte e Crimes Patrimoniais, nos quais se enquadram os roubos a comércio, pedestres, transporte público, roubos e furtos de residências e veículos.

Os dados são organizados em tabelas, com a evolução dos números por ano e por meses, além de gráficos e mapas com identificação das áreas de maior ocorrência. O índice usado para medir a segurança pública é o mesmo utilizado em todo o País, que considera a taxa de crimes por cem mil habitantes. A partir desses números, iniciativas como as lideradas pelo Pacto Pelotas Pela Paz e previstas no Plano de Segurança Pública Municipal são implantadas com o objetivo de reverter os quadros de violência e contribuir para a promoção da paz.

De acordo com o coordenador do Observatório, Samuel Riveiro, o trabalho realizado pelo setor tem impacto direto e significativo na vida da população. “As políticas públicas afetam a economia, o meio ambiente, a educação, a saúde, a segurança pública, entre outras áreas e, para garantir que elas alcancem seus objetivos, é essencial baseá-las em dados e evidências sólidas”, explica.

Políticas públicas baseadas em evidências

Nesta nova fase, a equipe do Observatório está apostando no monitoramento de dados que vão além dos indicadores criminais. Ainda focado em diminuir as desigualdades e melhorar a qualidade de vida dos cidadãos pelotenses, o departamento se aproximou de secretarias com o objetivo de organizar e divulgar informações.

Como exemplo, o Observatório divulgou, nesta semana, o Boletim de Informações sobre o Canil Municipal, administrado pela Secretaria de Qualidade Ambiental, por meio do setor de Bem-estar Animal. O relatório aponta dados como a quantidade de cães recolhidos e motivações para liberação de cães. De acordo com o secretário Eduardo Schaefer, além da organização, os dados coletados pelo Observatório ajudaram na tomada de decisões, como a realização da campanha Todo Caramelo é Doce - lançada neste mês para incentivar a adoção de cães do Canil Municipal.

“Nós chegamos a doar quase cem animais em um ano e, agora, tivemos a queda para pouco mais de 20. Isso ensejou que fizéssemos a campanha, que se baseia, justamente, nessa questão inversamente proporcional, que é o aumento de apreensões, aumento de animais vítimas de maus-tratos e a queda nas adoções desses mesmos animais”, afirmou.

Outras pesquisas em relação à violência contra mulher, lgbtfobia, racismo, trânsito, entre outros temas, estão no planejamento do Observatório para 2023.


Equipe Especializada

As pesquisas e mapeamentos são organizados por uma equipe especializada, composta por geógrafos e especialistas em políticas sociais que trabalham na geocodificação e processamento de dados coletados. As coletas são feitas durante e após a implantação de determinada política para avaliar o funcionamento e identificar eventuais ajustes.

Para a geógrafa da equipe, Ândrea Lopes, o comprometimento dos profissionais é essencial para a produção dos resultados entregues nos últimos anos. “Nossa equipe é pequena e o volume de dados é muito significativo. Além disso, cada indicador tem suas particularidades, métodos de manipulação e de análise, e isso exige a organização e o alinhamento da equipe para garantir a qualidade do trabalho”, explicou.

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