Tribunal do Júri

Quatro homens são condenados por organização criminosa em Pelotas

Segundo a acusação, os réus cometeram crimes como homicídios, tráficos de drogas e corrupção de adolescentes entre outros

Divulgação - Promotor de acusação Márcio Schlee

* Atualizada 

Por Anete Poll

Quatro homens foram condenados na quarta-feira (19), pelo Tribunal do Júri, em sessão realizada no Fórum de Pelotas, todos acusados pelo delito de organização criminosa, fato que, segundo a denúncia do Ministério Público, teria sido praticado entre setembro de 2015 e março de 2016. Segundo a acusação, os réus faziam parte de um grupo que se organizou, armado, cometendo diversos crimes, principalmente homicídios, tráficos de drogas, corrupção de adolescentes, roubos de veículos, compra e venda de armas de fogo e lavagem de dinheiro. 

O Conselho de Sentença condenou Rodrigo Ferreira Alves, Eliseu Antunes de Oliveira e Vladimir Peres Camacho, a uma pena de sete anos, nove meses e dez dias de reclusão, em regime inicialmente fechado; Tiago Carvalho de Mello, foi condenado a seis anos e oito  meses de reclusão, em regime inicialmente semiaberto. Todos os quatro foram condenados ainda a uma pena de 40 dias-multa, no valor unitário de 1/30 do valor do maior salário mínimo vigente na época do fato, 29 de março de 2016.

A denúncia

Segundo a denúncia, a organização criminosa teria sido desarticulada depois de autorizadas diversas interceptações telefônicas, quebras de sigilos cadastrais, bem como cumprimento de mandados de busca e apreensão na denominada "Operação Ceifadores", na qual restou apurada a estrutura hierárquica da facção "Mata Rindo", com atuação local na época do fato.

O processo no qual os quatro foram condenados, tem um total de 37 réus,  com uma divisão do processo. A denúncia oferecida pelo Ministério Público responsabilizava alguns dos réus pela prática de crimes dolosos contra a vida (de competência, portanto, do Tribunal do Júri), assim como a prática do delito de organização criminosa, conexo aos delitos dolosos contra a vida. Por isso alguns réus, como estes quatro, foram julgados por organização criminosa. Outros réus já foram julgados, alguns deles condenados pelos crimes de homicídio e organização criminosa. 

Ação policial 

Os acusados foram presos no dia 29 de março de 2016, quando a Polícia Civil, através da Delegacia de Homicídios e Desaparecidos de Pelotas,  deflagrou a Operação Ceifadores, para desarticular organização criminosa suspeita de tráfico de drogas e homicídios. Naquela ação, foram cumpridos 37 mandados de busca e apreensão e 35 mandados de prisão, nos bairros Fragata, Três Vendas, Areal e Navegante, que resultaram na prisão de 34 pessoas e quatro armas apreendidas, além de dois veículos usados pelos criminosos. 

A investigação, que identificou toda a estrutura do grupo, com guarda de armas e drogas, passando pela distribuição da droga até executores de homicídios, durou cerca de seis meses e identificou um grupo numeroso de envolvidos com os crimes. A denúncia é de que a disputa de espaço e poder econômico do tráfico de entorpecentes fez com que alguns homicídios tenham sido cometidos. Sete casos foram atribuídos a essa organização criminosa. Entre as prisões, estão 23 pessoas que estavam ligadas ao sistema prisional, algumas delas no sistema semiaberto.


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