Estelionato
Vítima cai em golpe e perde R$ 70 mil
Várias são as estratégias aplicadas por estelionatários, que usam diversos subterfúgios para enganar as pessoas
Foto: Divulgação - Polícia Civil - Operação mira criminosos que praticavam golpe dos nudes
Criminosos continuam fazendo vítimas em Pelotas, utilizando-se dos mais variados golpes. Os estelionatos envolvendo Pix, agências bancárias e clonagem de perfis de redes sociais são os mais comuns. A Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento tem uma média de aproximadamente cinco ocorrências diárias, com prejuízos que chegam a passar de R$ 70 mil. Uma única vítima, por exemplo, recebeu uma mensagem cujo conteúdo relatava que seu token (dispositivo eletrônico gerador de senhas, geralmente sem conexão física com o computador) havia sido ativado em um novo dispositivo e que, caso não reconhecesse a operação, deveria entrar em contato com um determinado número.
A vítima ligou para o telefone indicado, ouviu seus próprios dados pessoais e recebeu solicitação para que trocasse a senha. Informou o token, acreditando que fosse realmente a empresa de investimento onde possui aplicações financeiras. Imediatamente após transmitir as informações, começou a receber e-mails da empresa avisando de diversos resgates de sua conta.
Como ainda estava em contato telefônico com os criminosos, e ainda sem saber que se tratava de um golpe, perguntou o que estava acontecendo. A falsa atendente informou que foram feitos dois Pix de sua conta e que iria cancelar, mas era preciso que enviasse os dados do mesmo. Após desligar, resolveu ligar para o 0800 da empresa de investimentos. Então, foi informada de que havia caído em um golpe e que foram efetuados dois Pix de sua conta para outras duas contas diferentes, um de R$ 30 mil e outro de R$ 40 mil.
Dívida
Em outro boletim de ocorrência, a vítima relata que ao ir até uma agência bancária na qual tem conta, foi informada que havia uma dívida de aproximadamente R$ 12 mil em seu nome. Ao buscar informações a respeito da dívida, o gerente da agência mostrou o documento apresentado no momento do golpe, o qual continha todos os dados da vítima, porém com outra foto. O gerente explicou ainda que o golpe havia ocorrido em uma agência na cidade de Diadema, em São Paulo, onde foi apresentada a carteira de identidade falsa para obter o empréstimo.
Redes sociais hackeadas
Mãe e filha, que administram uma conta conjunta de rede social, e que usam para comercializar produtos de beleza, registraram boletim de ocorrência onde relatam que após receberem e responderem uma mensagem, tiveram esta conta e suas contas particulares hackeadas. A partir daí, vários anúncios de venda de eletrodomésticos começaram a aparecer em suas contas. Algum tempo depois receberam mensagens de pessoas que adquiriram os produtos e pagaram por eles, cobrando os produtos. Em pesquisa rápida, descobriram que a pessoa que hackeou os perfis, e que envia os dados para pagamento de Pix, é um criminoso que está cumprindo pena no Presídio de Porto Alegre.
Golpe dos nudes
O golpe dos nudes é um dos mais conhecidos e também um dos mais aplicados, não só no Estado, mas em todo o País. Em Pelotas, mesmo com a ampla divulgação na imprensa e inclusive em redes sociais, ainda há vítimas que acabam caindo na conversa dos criminosos, desembolsando valores muitas vezes oriundos de economia de anos. Em maio, a polícia identificou pelo menos 80 vítimas de golpes em todo o País, com um prejuízo total que chega a R$ 5 milhões.
Em razão desses números, várias operações policiais ocorreram. A última delas na manhã de ontem, quando a Polícia Civil do Rio Grande do Sul deflagrou a Operação Protector para apurar a prática deste tipo de extorsão. Foram cumpridos oito mandados de busca e apreensão em cidades da Região Metropolitana e também no Presídio Estadual de São Leopoldo, resultando em uma pessoa presa. A vítima do golpe investigado é um idoso que teve o prejuízo de R$ 100 mil.
Segundo as investigações, a vítima chegou a realizar diversos empréstimos para pagar os valores exigidos pelos criminosos. O idoso chegou, também, a transferir seu veículo para um dos integrantes da associação criminosa. A investigação durou cerca de seis meses e identificou oito criminosos do grupo cujo líder organizava toda a dinâmica de dentro do sistema prisional. Para a prática, ele contava com o apoio de criminosos que assediavam e faziam o recolhimento dos valores exigidos e também de “laranjas” sem antecedentes criminais que forneciam seus dados bancários para o recebimento do dinheiro.
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