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Deficiente visual, menina pede óculos de aniversário de 15 anos

Sem acesso a materiais adequados para o aprendizado na escola em que estuda, Emanuelly deseja um óculos de inteligência artificial para auxiliar nas leituras e ter maior autonomia na rotina

Foto: Divulgação - DP - Emanuelly deseja um óculos de inteligência artificial

Os pais da arroio-grandense Emanuelly Pereira abriram uma vaquinha em busca de arrecadar R$ 14,9 mil, valor do óculos de inteligência artificial que captura imagens do ambiente e articula as informações visuais em voz alta e em tempo real para o usuário. O dispositivo é o pedido de presente de aniversário de 15 anos da adolescente, o desejo é para que ela consiga identificar as pessoas e ter melhor desempenho na escola. Devido a uma má formação, ela nasceu com o olho direito exposto e glaucoma congênito, o que ocasionou a perda de visão de ambos os olhos.

Há quatro meses Emanuelly perdeu totalmente a capacidade de enxergar. Apesar de estar acostumada com a baixa visão, a adolescente ainda conseguia identificar quando era dia ou noite, o que não é mais possível. "Ela ficou chateada com isso", conta a mãe, Simone Rodrigues. A deficiência visual da adolescente foi ocasionada devido ao contato da técnica de enfermagem com rubéola no final da gestação. "Só quando ela nasceu que a gente descobriu e foi um choque", relembra. Diante da condição, aos sete meses de vida a menina foi submetida ao primeiro procedimento cirúrgico de transplante de córnea no olho esquerdo, o que permitiu que ela enxergasse por apenas dois meses.

Ainda bebê, Emanuelly passou por outra cirurgia para a colocação de uma válvula para diminuir a pressão ocular e permitir a implantação de uma lente. Porém, com o tempo criou-se uma opacidade no olho e a visão foi perdida novamente. Desde então, a menina vive com as condições da deficiência visual e, como a situação é irreversível, a esperança dela está no auxílio da inteligência artificial. Com o óculos OrCam MyEye será possível identificar pessoas, objetos, assim como ler textos. E esse é o maior desejo da adolescente. "Estou prestes a fazer meus 15 anos de idade, uma data onde as meninas sonham com uma festa para comemorar o seu dia, mas o meu é diferente. Meu sonho é poder adquirir um óculos de inteligência artificial que me possibilitaria viver uma vida mais independente", projeta a menina.

A adolescente destaca ainda que com a ferramenta, será possível que ela tenha maior autonomia na rotina. "Esse óculos tem capacidade de armazenar 150 rostos", conta a mãe. 

Auxiliar pedagógica da Emanuelly, Cinara Morosin tenta ao máximo conduzir o melhor ensino para ela em uma escola municipal de Arroio Grande. "A Manu é uma menina extremamente inteligente, ela tem uma percepção auditiva maravilhosa e facilidade para gravar números, datas, se tu contar uma história inteira ela guarda aquilo de maneira incrível".

A educadora conta ainda que dentre os mais de 20 alunos, a adolescente sempre tira as maiores notas nas avaliações. "Ela tem uma sede e uma vontade de aprender. E esse óculos tem uma tecnologia israelense que permite escanear qualquer tipo de página e dizer para ela tudo que está escrito e isso ajuda muito na escola", destaca. De acordo com Cinara, o acesso a materiais em braille na rede pública é escasso, o que impossibilita o aprendizado dos deficientes visuais. "Tem uns livros de educação infantil e tu vai ver, estão até transcritos errados".

Além de contribuir com o aprendizado, o óculos possibilita que seja identificada pessoas, a partir de gênero, assim como informações como horas e temperatura. "Ele traz para ela uma autonomia, mas também uma segurança porque ela vai poder compreender quem está junto com ela", diz Cinara.

O óculos que é importado atualmente custa R$ 14,9 mil, valor que os pais de Emanuelly não têm como arcar. Diante disso, é possível contribuir com qualquer doação para que o dispositivo seja adquirido para a menina a partir da vakinha virtual: link para doar.


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