Uma mobilização movimentou na tarde de ontem o centro do Município. Um grupo de cem pessoas, trajando preto e portando cartazes pedindo justiça, respostas e melhoria no atendimento prestado pelo Pronto-Socorro da Santa Casa, saiu em caminhada em direção ao hospital. O movimento foi liderado por Renata Garcia, mãe do adolescente Maike Garcia, de 16 anos, que morreu após sucessivas paradas cardíacas, enquanto era transportado para Pelotas.

 
Inconformada com a perda precoce do único filho, a mãe alega negligência no atendimento prestado pela equipe da instituição. Segundo ela, o adolescente estava sendo tratado para gastrite e, ao ser transferido para Pelotas, foi diagnosticado tardiamente com pericardite e infecção na vesícula, e teve morte cerebral após ser transferido para a UTI.

 
Segundo ela, o caso do seu filho é apenas um em que pacientes morreram por não terem diagnóstico adequado. Por isso convocou familiares destes pacientes para se juntarem a ela, no protesto por melhores condições de atendimento.

 
“Meu filho era um menino super saudável, com apenas 16 anos e não tinha nenhum problema cardíaco”, afirma. Segundo ela, tudo começou com sintomas gripais fortes. “Se houvesse socorro de forma correta e imediata ele estaria comigo hoje e outras pessoas não teriam passado por situações semelhantes à minha.” Renata sustenta que o filho não suportou as inúmeras idas e vindas ao Pronto-Socorro. Renata afirma que já encaminhou processo por negligência à Justiça contra o estabelecimento.

Segundo o prefeito Rogério Cruz (MDB), a Santa Casa está sob intervenção do Município, mas tem sua própria gestão. “Eu falaria se fosse sobre gestão financeira administrativa. Mas sobre caso isolado de atendimento é com a área técnica.” O prefeito também alegou que a Prefeitura não foi notificada pelo Judiciário sobre processo. O gestor do hospital, Jorge Cruz, foi procurado, mas não deu retorno.