Por Lucas Kurz
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Lidando com as perdas da estiagem, Piratini receberá R$ 228 mil do governo federal, via Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR), para adquirir cestas básicas, Viniliq Pipa (um reservatório móvel que se adapta a vários veículos de transporte), diesel e locação de caminhão-pipa. Apesar de bem-vindo, o valor servirá apenas para atenuar parte do sofrimento, segundo a Prefeitura.

O prefeito Márcio Porto (MDB) diz que os gastos já vêm sendo feitos com transporte de água e cestas básicas. "Tem muita família afetada", lamenta. O secretário de Meio Ambiente e Desenvolvimento Rural, Leonardo Polina Pereira, não esconde o abatimento. Ele diz que atualmente mais de 300 famílias dependem de caminhões-pipa para ter água. "É bem brabo. Essa coisa da falta da água, só vivendo de perto para entender a dimensão do que é o pessoal sem água para beber, bichos sem água para tomar."

Pelas amplas dimensões do Município, ele diz que até a logística fica dificultada, bem como a falta de maquinário para atender tanta demanda, que já vem desde dezembro. "A gente vai abrindo poços, bebedouros, cacimbas no interior desde metade de novembro e não dá vencimento. Tem muita gente ainda na fila de espera", explica. Pereira diz que, embora o dinheiro seja sempre útil, não ajuda a aliviar as perdas, apenas servirá como suporte. Para isso, muito mais seria preciso, mas até o momento, é feito o trabalho com as condições possíveis.

Para piorar a situação, o terceiro distrito do Município sofreu com a chuva de granizo, causando perdas estimadas em R$ 20 milhões. Somado aos estimados R$ 150 milhões da seca, ele diz que o agronegócio de Piratini, principal área de geração de renda na cidade, vem sofrendo um prejuízo histórico. Na última semana, um balanço da Emater mostrou prejuízos superiores a R$ 1,75 bilhão na região, com o milho e o leite sendo duas cadeias bastante afetadas. Dos 22 municípios da Zona Sul, 20 já decretaram situação de emergência.