Meliponicultura
Cuidar das abelhas é preservar a natureza e a produção agrícola
Projeto-piloto realizado com produtores de Rio Grande busca a preservação de espécies nativas
Divulgação - Em Rio Grande, 15 produtores receberão caixas para a exploração da atividade
Por Luciara Schneid
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Pelo menos 87% das plantas são polinizadas pelas abelhas que impactam também na produtividade das culturas agrícolas, como por exemplo o morango, com aumento na produtividade de 20% a 70%, melhorando tanto a qualidade quanto a quantidade da fruta. A informação é da bióloga Rosana Halinski, da empresa Halinski Soluções, coordenadora do projeto Polinizando o pampa, realizado com 15 produtores das regiões do Maçarico, Lagoa Verde e Ilha dos Marinheiros, no município de Rio Grande.
O projeto-piloto, realizado em parceria com as Secretarias do Meio Ambiente, Pesca, Agricultura e Cooperativismo da Prefeitura do Rio Grande, teve a sua primeira etapa nesta segunda-feira (21), e inclui a capacitação destes produtores que irão aprender a fazer a divisão e a multiplicação das colmeias e a gerar renda com a produção de mel, propólis e caixas, explica Rosana. "Na divisão, cada caixa vira duas e assim sucessivamente, o que proporciona ao mesmo tempo renda e recuperação do meio ambiente onde estes produtores estão morando", ressalta. Serão distribuídas dez colmeias com a espécie Jataí, que possui ferrão atrofiado, diz. "Existem 24 espécies no Estado, e esta é uma espécie rústica, de fácil adaptação, amarelinha, conhecida como alemãzinha", ressalta.
Segundo ela, uma colmeia com cinco mil indivíduos da espécie produz um litro de mel por ano, um produto saboroso e de valor diferenciado, ressalta. A ideia é difundir o projeto, que terá a duração de dois anos, a outros municípios, especialmente os da região do pampa, que segundo a bióloga, possui extensas áreas degradadas. Os benefícios aos produtores vêm em forma de geração de renda na produção de mel, propólis, geleia real entre outros produtos, e também na exploração do turismo. Além disso, a polinização auxilia na recuperação do meio ambiente.
O projeto inclui ainda a educação ambiental: três escolas municipais irão ganhar caixas didáticas com a espécie sem ferrão, o que possibilita o manejo por crianças a partir dos três anos, diz a bióloga. "Dispensa roupa especial, uso de fumaça e demais cuidados observados no manejo das espécies com ferrão". Também está programada capacitação dos professores que irão acompanhar os alunos nestas escolas.
Rio Grande
Em Rio Grande, a primeira etapa do projeto será realizada no Centro de Convívio dos Meninos do Mar (CCMAR). De acordo com o secretário do meio ambiente, Pedro Fruet, o projeto irá contribuir para a sustentabilidade na região, compatibilizando alternativas de renda para pequenos agricultores locais com a conservação da natureza. Ele destacou as regiões que foram selecionadas para o projeto. "São áreas de relevante interesse socioambiental para a cidade do Rio Grande: Reserva da Vida Silvestre Banhado do Maçarico - unidade de conservação Estadual que está próxima da região da reserva ecológica do Taim, que é uma unidade de conservação federal; Área de Proteção Ambiental Lagoa Verde (APA da Lagoa Verde) - unidade de conservação municipal; e Ilha dos Marinheiros, que embora não sendo uma UC, é uma região de grande valor cultural e onde se desenvolve muita atividade agrícola", destacou.
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