Fruticultura

Encontro sobre pitaya ocorre nesta quarta e quinta-feira

Consultor Dejalmo Prestes realiza a palestra de abertura do evento que será realizado no Paraná

Divulgação - Planta com alto aporte de bioativos e antioxidantes, usada na alimentação humana a partir dos anos 90

Por Luciara Schneid
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O consultor e engenheiro agrônomo Dejalmo Prestes, produtor em Arroio Grande, conhecido como Professor Pitaya, realiza a palestra de abertura do 1º Encontro Paranaense de Pitaya, que ocorre nesta quarta e quinta-feira, em Marialva, no Paraná. Com o tema Pitaya, evolução do cultivo e comércio, Prestes pretende responder em sua palestra um dos maiores questionamentos de produtores e consumidores sobre os valores nutracêuticos da fruta. "A pitaya é uma planta com alto aporte de bioativos e antioxidantes, usada na alimentação humana a partir dos anos 90 em todo o Mundo", ressalta.

Ele explica se tratar de uma cactácea, originária da América Central, México, que se desenvolvia em lugar sombrio, sobre árvores e pedras e sem a necessidade de sol, ressalta. "Ela foi trazida pelo homem para a insolação plena, com cruzamentos entre espécies e passou a produzir frutos de alta qualidade funcional como alimento", ressalta. Segundo ele, a fruta saiu das Guianas e foi para a Europa, precisamente para a Alemanha e Inglaterra e, de lá, foi descoberta pelos orientais, que passaram a fazer estes cruzamentos e utilizá-la na alimentação como fruta.

China, Indonésia, Malásia, Israel foram os países que fizeram estes cruzamentos e desenvolveram a planta. Para a América do Sul, ela veio para o Brasil como planta ornamental com a colonização alemã. "Ainda se encontra variedades não melhoradas, que não produzem frutos, nas colônias de Pelotas e São Lourenço, utilizadas apenas como flores", diz.

A partir dos anos 90, ela começou a se desenvolver quase que ao mesmo tempo em todo o Mundo e no Brasil, a Embrapa Cerrados começou a pesquisar a planta, no Distrito Federal. "Era trazida da Ásia pelos visitantes para o interior de São Paulo, através dos orientais, japoneses e chineses, que vinham visitar suas famílias e traziam de presente as mudas de pitaya para atender as necessidades familiares, diz.

A sua importância econômica no Brasil começou a partir de 2010, com grande procura pelos materiais em todo o País, diz. "Foi coletado nas matas um gênero de cactácea que já estava no País, mais especificamente no Cerrado, e que serve ao melhoramento", ressalta. A pitaya do Cerrado é uma espécie brasileira, miúda, doce e pouco produtiva, que serve ao cruzamento e melhoramento das outras espécies, ressaltou. "Pesquisa e produtor começaram a trabalhar juntos e desenvolver a tecnologia de manejo dos pomares, que foram sendo adaptadas a partir da observação", ressalta.

Há mais de dez anos, Prestes viaja pelo Brasil e atua como consultor na implantação da cultura em várias propriedades. Na Zona Sul, já há pomares comerciais em Arroio Grande e Arroio do Padre, com área média de um hectare e chegada a pelo menos oito anos. A fruta é usada na produção de sucos, refrigerantes, vinhos e até cerveja. Além do consumo in natura, é versátil também na culinária, no preparo de molhos, risotos, acompanhamentos de carnes, entre outros. Na confecção de doces, pode ser utilizada na produção de pães, cucas, bolos, pudins, sorvetes, geleias e misturada a outras frutas como a pera, resultando numa chimia, denominada como "pitayada". A versatilidade da fruta pode ser verificada ainda pela sua demanda pelas indústrias de cosméticos, farmacêuticas, de bebidas e até de corantes.

Trata-se de uma planta perene com vida útil produtiva em torno de 30 anos. A produção no Sul ocorre entre os meses de dezembro e maio e no Norte, durante todo o ano. No Rio Grande do Sul, são encontrados cultivos além de Arroio do Padre, em municípios como Rio Pardo e Santa Cruz, a maioria com um hectare ou menos. A fruta de polpa branca é a mais abundante em solo gaúcho, a primeira a chegar aqui. Mas há ainda as de polpa com pigmentação rósea e roxa. No Brasil, o maior pomar conhecido possui 92 hectares e está presente em estados como o Pará, com áreas médias entre cinco e 37 hectares.

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