Produção

Economista traça perspectivas ao agronegócio regional

Ele analisa o desempenho das principais culturas locais e aponta tendências para 2024

Paulo Rossi - Especial DP - Cultura tradicional gera anualmente mais de R$ 50 milhões

O setor agrícola de Pelotas e região mesmo não sendo tão citado ou valorizado, disponibiliza diariamente os alimentos básicos que a região consome. Nos movimentos das feiras livres é possível constatar a diversidade de produtos, em que 90% é produzido aqui, sustentando toda uma cadeia que vai do produtor, intermediário ao consumidor. A análise é do economista João Carlos Madail, que destaca ser o setor, o grande suporte da economia e do desenvolvimento regionais.

Segundo ele, Pelotas e região se destacam pela diversidade tanto em grãos, fruticultura, olericultura e pecuária, o que tem garantido o sucesso dos planos do governo para manter o preço dos alimentos baratos, ou mesmo nos cenários de pandemia, quando a agricultura não parou de trabalhar.

Entre as culturas mais tradicionais, ele destaca o arroz irrigado, cultivo beneficiado em função das condições propícias em termos de terreno plano e água em abundância. Segundo ele, a área plantada em Pelotas tem estado ao redor de 8,2 mil hectares, produção de mais de 74 mil toneladas, com valor da produção girando em torno de R$ 54 milhões.

"O volume da produção aumenta com a participação de Santa Vitória do Palmar e Arroio Grande, municípios tradicionais no plantio, diz. "Quando comecei a trabalhar na Embrapa, em 1970, a produtividade do arroz era de 2,5 toneladas por hectare. Com o avanço da pesquisa, a produtividade média já alcançou nove toneladas por hectare, o que demonstra a importância da pesquisa", ressalta.

Na soja, a área de cultivo em Pelotas é de 24 mil hectares, com rendimento de 2,9 mil quilos por hectare. "O valor da produção é bastante variável, pois depende da bolsa de Chicago. Já esteve ao redor de R$ 143,00 por saca, mas atualmente está em R$ 111,74 por saca, o que tem desestimulado um pouco os produtores", ressalta. O rendimento gira em torno de 2,9 mil quilos por hectare.

Pecuária
O rebanho bovino em Pelotas está em torno de 47 mil hectares."Em geral, o abate é de cerca de 3,4 anos o que proporciona ao pecuarista 255 a 440 quilos por cabeça", ressalta. O valor da produção é bastante variável, mas rende alguns milhões por safra, afirma.

Olivicultura
"Em Pelotas, local onde foram pesquisadas as cultivares mais adaptadas trazidas da Espanha e Portugal, temos apenas 24 hectares plantados por quatro produtores na colônia do município", ressalta. Segundo ele, quem mais investiu na produção foram os municípios ao redor como Pinheiro Machado, Canguçu, Encruzilhada do Sul, Cachoeira do Sul, Dom Feliciano, Bagé, Santana do Livramento, São Gabriel e Viamão."Há certo entusiasmo entre produtores, visto que toda a produção tem colocação garantida nas inúmeras fábricas de azeite em funcionamento, já que o Brasil, a pouco, importava 100% do azeite consumido", diz.

Frutas
A área com pessegueiros tem se mantido ao redor de 3 mil hectares, com produções ao redor de 30 mil toneladas por hectare, analisa. "Como se trata de fruta bastante sensível às mudanças climáticas, quem continua produzindo tem mercado garantido, seja para o consumo "in natura" ou para o processamento", ressalta. Outra cultura que tem crescido na região é o morango, graças aos avanços tecnológicos na produção,diz. " A área plantada hoje é de 40,5 hectares com produção ao redor de 1,6 mil toneladas. A região também se destaca na produção de batata inglesa, cebola, milho, frango, suínos e outros.


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