No encerramento das atividades que celebram os 40 anos do Museu da Baronesa ocorre nesta segunda-feira (19), às 14h30min, o enterramento da Cápsula do Tempo 2032. A cerimônia está programada para acontecer no parque da Baronesa, na avenida Domingos de Almeida, 1.490. O evento é uma realização da prefeitura de Pelotas, Museu e Associação dos Amigos do Museu da Baronesa (Ambar).

A ação se desenvolve dentro do projeto Ler o passado e escrever o futuro, que este ano explorou diferentes aspectos das relações familiares dos primeiros proprietários da antiga chácara, os barões Anníbal Antunes Maciel Júnior (1838-1887) e Amélia Hartley de Brito Antunes Maciel (1848-1919) e seus descendentes. Um dos projetos apresentados neste período foi o filme Entre Amélias, dirigido por Fernando Marrera e produzido pela Anhangá Filmes, lançado em outubro. A obra se alicerça nos textos de 28 cartas trocadas entre mãe e filha, entre o final do século 19 e início do 20.

Ainda este ano foi realizada uma palestra com um bisneto dos barões, o empresário Oswaldo Maciel, que falou sobre o que motivou a família a fazer a doação da casa para o município, com o propósito de ser transformada em museu. Em outubro ainda ocorreu uma exposição das cartas que deram origem a proposta.

A diretora do Museu da Baronesa, Fabiane Rodrigues Moraes, conta que foram convidados diferentes segmentos da sociedade para participar enviando uma carta sobre sua visão ou perspectivas para o futuro. A cápsula vai ser fechada com epístolas da prefeita Paula Mascarenhas (PSDB), da secretária de Estado da Cultura, Beatriz Araujo, de algumas escolas e alguns conselhos municipais, além da Secretaria de Cultura, entre outros. A caixa deverá ser aberta em abril de 2032, quando a entidade completar 50 anos.

A ideia é que quem estiver junto na reabertura tenha a oportunidade de fazer uma reflexão sobre a visão da sociedade local do que foi vivido até 2022 e o que se esperava para o que viria. O projeto ainda vislumbra a possibilidade de uma exposição pronta, a partir de um rico material a ser explorado quando a cápsula for reaberta. "A equipe está com a sensação de missão cumprida. Estamos comemorando esses 40 anos com o Museu fechado, em obras, para que essa casa dure por muito mais tempo. A gente está mandando boas energias e o desejo que as coisas fiquem melhor", fala a diretora.

Ainda em obras, o Museu deve ao menos seguir fechado para o público e aberto só virtualmente, por todo o primeiro semestre do próximo ano. Esse período a diretora diz será propício para se reestruturar a entidade também em seus propósitos. "É o momento de incluir esses atores que estavam silenciados, dar nome, identidade para essas pessoas e unir essas histórias. As histórias dos barões e de quem vivia nessa casa não estavam desconectadas, eles habitavam essa casa. É esse o momento de chamar a comunidade para conversar sobre o Museu, pensar o que queremos para ele. A gente não vai transformar em outro museu, a gente quer incluir. A proposta é esta encerrar um ciclo, que são os 40 anos do Museu e preparar os próximos anos", diz.

Restauro

O Museu da Baronesa está fechado e vai permanecer assim, pelo menos até o próximo ano, para passar por um importante restauro. O projeto, aprovado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), foi contemplado pelo governo federal com um financiamento de R$ 1,84 milhão. A proposta prevê restauração de pisos de madeira, ladrilhos e telhado, além da instalação de copa e sanitários de apoio ao salão de festas, rampa acessível para pessoas com deficiência (PcDs) e restauração das estátuas em faiança.