Está chegando a hora
Vem aí um Mundial diferente
Do período de realização ao tamanho do país-sede, Copa do Catar é repleta de inovações e polêmicas dentro e fora dos gramados
Foto: Divulgação - Fifa - Segunda edição a acontecer na Ásia é a primeira na região do Oriente Médio, onde o calor durante os meses de junho e julho, época tradicional, inviabilizaria jogos de alto nível
Por Redação
A 22ª edição da Copa do Mundo, que começa neste domingo (20), às 13h, com o jogo entre Catar e Equador, foge de vários padrões. O principal torneio de futebol do planeta nunca havia sido realizado entre novembro e dezembro. A razão para a escolha do período, aliás, está relacionada a outra novidade de 2022. O segundo Mundial a acontecer na Ásia é o primeiro na região do Oriente Médio, onde o calor durante os meses de junho e julho, época tradicional, inviabilizaria jogos de alto nível.
A preferência da Fifa pelo Catar, anunciada em 2010, também jogou luz a importantes questões sociais. Em entrevista recente ao jornal suíço Tages-Anzeiger, o então presidente da entidade, Joseph Blatter, disse que a opção pelo país "foi um erro". A justificativa do dirigente, que está banido do futebol por envolvimento em casos de corrupção, é o tamanho pequeno do território catari - apenas 11,5 mil quilômetros quadrados.
Mas os motivos que mais geraram debates ao longo da última década passam longe das dimensões do emirado. As denúncias de milhares de mortes de imigrantes que se deslocaram ao Catar para trabalhar em obras da Copa estão entre eles. A ONG Humans Right Watch, por exemplo, afirma terem existido abusos trabalhistas e de direitos humanos.
Outros temas englobam a própria legislação do Catar, onde relações homossexuais são consideradas ilegais. As autoridades do Mundial publicaram comunicado enfatizando que "todos serão bem-vindos". A situação fez com que capitães de algumas seleções, como Inglaterra e Alemanha, anunciassem o uso de uma braçadeira nas cores do arco-íris, em forma de manifestação.
As normas para o consumo de álcool também chamam atenção. Um copo com meio litro de cerveja vai custar o equivalente a cerca de R$ 73 (50 riais catarianos). Beber é permitido apenas na fan fest e na área externa dos estádios, e cada torcedor pode comprar um máximo de quatro copos. Dentro das arenas, é proibido consumir bebidas alcoólicas, exceto nos camarotes, algo inédito em Copas.
Nas quatro linhas…
Será o primeiro Mundial com cinco substituições permitidas aos treinadores. O limite foi flexibilizado em diversos campeonatos em 2020, por conta dos efeitos da pandemia. E pela última vez a Copa acontecerá no atual formato, com 32 seleções, pois a edição de 2026, marcada para Estados Unidos, Canadá e México, contará com 48 integrantes e fórmula diferente.
A arbitragem do torneio no Catar também terá novidades. De forma inédita, a Fifa incluiu mulheres no quadro principal. Três árbitras comandarão partidas na competição. O Brasil será representado pela auxiliar Neuza Back. Entre os homens, os juízes brasileiros escolhidos foram Raphael Claus e Wilton Pereira Sampaio, além dos bandeirinhas Bruno Boschilia, Bruno Pires, Rodrigo Figueiredo e Danilo Manis.
O trabalho da arbitragem deve ganhar uma força de uma nova tecnologia: o chamado impedimento semiautomático. Um conjunto de 12 câmeras espalhadas pelos estádios promete rastrear a bola e a posição dos atletas, diferenciando 29 pontos específicos do corpo de cada jogador. Um sensor colocado na bola foi criado para identificar o instante da batida na bola, facilitando o processo.
Denominada Al Rihla ("a jornada", em árabe), a bola da Copa carrega um design que, conforme a fabricante, Adidas, a fará ser a mais veloz da história dos Mundiais.
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