Celebração

Vitória de Ghost Breakers premia uma família apaixonada pelo turfe

Ganhador da 85ª edição do GP Princesa do Sul é de propriedade dos Barbosa. Domingo passado foi de emoção na Tablada

Foto: Carlos Queiroz - DP - Animal liderou o principal páreo do interior do País de ponta a ponta no Jockey Club

Eu vou vencer o Princesa do Sul com Ghost Breakers. Vai pra foto, família Barbosa”. A narração de Juliano Barbosa, no último domingo (12), foi um dos principais assuntos do turfe ao longo desta semana. Não à toa, já que o triunfo do cavalo de propriedade de seu pai, José Alberto, na prova de maior relevância do Interior do País, desencadeou cenas emocionantes no Hipódromo da Tablada.

Montado pelo jóquei Claudinei Farias, de Porto Alegre, e treinado por Roberson Teixeira, o Patinho, Ghost Breakers tem sete anos. Está com os Barbosa desde pouco antes do Grande Prêmio Princesa do Sul de 2022, quando acabou em segundo lugar, atrás de Divino Corunilha. E sua vitória de ponta a ponta no páreo mais importante da temporada é fruto de investimento físico e financeiro.

Ao lado do irmão Andrei, Juliano é um dos responsáveis pelo dia a dia de Ghost Breakers. Ele conta que a ideia de a família voltar a administrar um cavalo surgiu há alguns anos, chegando, agora, ao ápice. “No último mês, quis dar a ração mais cara, a ração melhor, o melhor tratamento. Gastei uns R$ 3 mil. Fora a despesa do treinador, a despesa do jóquei, a despesa de trazer ele de Porto Alegre para cá”, conta.

Por algum tempo, Ghost Breakers permaneceu na capital gaúcha. Mas, conforme Juliano, não se adaptou e perdeu peso. Retornou para uma recuperação e conquistou o GP Cidade do Rio Grande, segunda maior prova da região. “Ele é um cavalo muito brabo. Morde, coiceia. […] Agora tá recebendo o carinho que merece”, complementa.

Uma vida dentro do Jockey Club

José Alberto David Barbosa, 75 anos, vive desde o começo da adolescência no meio do turfe. E não esconde a felicidade por ver um cavalo de sua propriedade conquistar com tanta imponência uma das principais provas do Brasil.

“A emoção é muito forte por uma alegria como essa, como a gente viveu domingo. […] Pra mim, representa muito. Eu comecei vendendo doce, bolinho e coisa, com 12 anos no Jockey Club. Depois mais tarde melhorou um pouquinho. Sempre tive cavalo, mas sempre tive dificuldade. Hoje a gente está muito feliz, por ter um cavalo bom, filhos exemplares e todos aqueles que nos apoiam”, comenta.

Barbosa lembra que já venceu retas, sempre com cavalos de bom nível, mas nunca um páreo “classe A”, como define. Desta vez, no entanto, ele faz questão de passar o mérito aos filhos, exaltando a parceria e o esforço diário: “Eles fazem tudo por mim e eu faço tudo o que posso por eles”.

Perguntado sobre o que vislumbra para o futuro da modalidade em Pelotas, Seu José Alberto é otimista, principalmente por conta do fôlego financeiro que a chegada das marcas Havan e Stok Center à área do Jockey Club proporciona. “Com o rendimento das lojas, acho que se botarem um pouquinho só de boa vontade, os prêmios melhorando, vai dar carreira todos os domingos”, projeta.

O sonho e o trabalho em equipe

Além da família, do jóquei e do treinador, Ghost Breakers é tratado diariamente também pela equipe formada por João Gomes e Daniel Galvão, responsáveis pelos cuidados na cocheira, e Samiro Moraes, que o monta na pista. No curto trajeto da cocheira até a pista, aliás, a reportagem testemunhou a natureza do cavalo, que chegou ao palco da vitória guiado com esforço.

Juliano diz que os dias anteriores ao Princesa do Sul foram nervosos: “Eu mesmo dormia umas duas horas por noite. Uma tensão, dor de cabeça toda a semana. Além de proprietário, sabendo que eu tinha chance de ganhar, tinha a questão da narração”.

Correr o maior páreo do interior brasileiro era um sonho da família, agora realizado. E o relato de Juliano, narrador, proprietário e torcedor ao mesmo tempo, traduz o significado para os Barbosa. “Achei que a minha narração não tinha sido tão profissional. Eu mais comemorei do que narrei, mas o que está repercutindo… Eu queria mesmo estar na arquibancada”, diz.

O relato do 85º Grande Prêmio Princesa do Sul está disponível na transmissão ao vivo, a partir de 8h53min30s

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