Educação
Início do ano letivo é de continuidade de problemas estruturais no Município
Sem previsão de recuperação das dependências, cinco escolas retornam às atividades em meio a adaptações a falta de infraestrutura
Volmer Perez - DP - Antônio Caringi está com vagas reduzidas pelos problemas de estrutura
Por Victoria Fonseca
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A volta às salas de aulas para o primeiro trimestre do novo letivo será mais um vez marcada por adaptações devido a falta de resolução de problemas estruturais. No Município são cerca de 28 mil alunos em 94 escolas. Mais de 1,5 mil retornam a locais com salas interditadas, telhados e muros que necessitam de intervenções. A infraestrutura precária, realidade em cinco instituições, perdura em algumas delas há mais de um ano. Conforme a Prefeitura, todas as recuperações são complexas e por isso a gestão não tem previsão de conclusão.
Enquanto isso, na Escola Municipal de Educação Infantil Antônio Caringi, que fica nas Três Vendas, 2024, assim como o ano anterior será mais um período de atividades em espaços improvisados, devido a grandes rachaduras que interditaram duas salas de aula e a pracinha das dependências. Além disso, no cenário em que o déficit de vagas no Ensino Infantil é sucessivo, o educandário está acolhendo um número abaixo da sua capacidade usual de alunos em razão dos problemas. "Hoje nós temos 148 crianças, mas era pra ter 160. Inclusive as turmas de maternais estão em turno parcial e deveriam ser integral", diz a diretora Sabrina Campelo ao explicar que sem salas o suficiente as turmas foram divididas em manhã e tarde. A gestora da escola conta ainda que no ano passado teve que responder ao Ministério Público o motivo da redução de vagas.
O cenário é de readequação em todos os espaços da escola. O refeitório é dividido em dois, uma área para a alimentação e ao lado para as aulas. "O espaço deles ficou muito reduzido". A turma do pré-2 foi realocada e ao invés de ter 18 estudantes tem somente 12. "E já é idade obrigatória [de estar na rede de ensino]. É um número pequeno, mas faz falta para os pais que trabalham e precisam", destaca. Mesmo diante das inúmeras dificuldades estruturais, as professoras e servidoras trabalhavam na sexta-feira na preparação para recepcionar os alunos da melhor forma possível. De acordo com o Município, um projeto para a reforma da Emei está sendo elaborado e há tratativas de locação de prédio para realização da obra na escola.
A realocação foi a solução temporária encontrada também para a Escola Municipal de Ensino Fundamental Núcleo habitacional Getúlio Vargas. Após cinco meses de interdição da escola e alunos sem aula, em novembro as atividades foram retomadas em contêineres instalados no pátio da escola. A solução emergencial se deu diante de graves questões de infraestrutura como rachaduras nas paredes e o piso cedendo, o que chegou a causar acidentes. "Tinha parede que não suportava o peso de quadros, tinha buracos no forro também", conta a diretora Roberta Duro.
Longe dos perigos estruturais, os problemas agora são outros. Não há contêineres o suficiente para alocar toda questão logística da escola, como espaço para orientação, direção e biblioteca. Além disso, o calor intenso é outro incômodo, já que apesar dos ar condicionados instalados, não há como utilizar devido a incapacidade da rede elétrica. "Os contêineres que nos fornecem são mais modernos, até com ar condicionado, mas não estão sendo úteis porque estamos com problemas na rede elétrica. A nossa rede não suporta a ligação dos ares". O Núcleo habitacional Getúlio Vargas possui 291 estudantes.
A Secretaria de Educação (Smed) declara que o projeto arquitetônico para construção da nova escola está sendo elaborado pelo setor de Engenharia da pasta.
Outras escolas com problemas estruturais
EMEI João Guimarães Rosa; possui muro interditado. A escola está em realização de projeto para reforma da estrutura e em tratativas de locação de imóvel para transferência dos alunos durante a realização da obra.
*EMEI Bernardo de Souza: o setor de engenharia da Smed, teria realizado vistoria e estaria elaborando um laudo sobre problemas de telhado, esquadrias e piso do 2° andar.
EMEF Saldanha da Gama: em vistoria realizada, foram identificados problemas no telhado e será emitido laudo para recuperação do mesmo.
A Smed ressalta que embora haja reformas a serem realizadas nessas unidades escolares, as aulas iniciarão com todos os alunos.
Conclusão das recuperações
Conforme a secretária de Educação e Desporto, Adriane Silveira, todas as intervenções nas escolas são amplas, complexas e demandam tempos necessários aos processos da administração pública referentes a planejamento arquitetônico, elaboração, contratação e execução, ainda não sendo possível, neste momento, precisar uma data aproximada.
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