Evento
A cerveja artesanal em ponto estratégico
Festival promovido no Shopping Pelotas recebeu centenas de apreciadores no final de semana
Jerônimo Gonzalez -
O point cervejeiro de Pelotas ganhou novo endereço no final de semana, com a primeira edição do Festival de Cerveja Artesanal no Shopping Pelotas, uma proposta comercial que reuniu seis cervejarias e uma loja de produtos para colocar em prática a ideia de fazer a própria cerveja. O local, junto ao acesso central do Shopping, recebeu centenas de apreciadores da bebida no sábado e no domingo, numa iniciativa do próprio empreendimento, do Diário Popular e da Javali Beer, patrocinada por Fuhro Souto Consultoria Imobiliária, Biscoitos Zezé e Nissan, com apoio do Curi Palace. Para o proprietário da Javali, Wladimir Amaral Peixoto, foi uma oportunidade de contato direto com o público, principalmente com quem não conhecia a cerveja artesanal, que ainda tem pouca produção, mas é de muita qualidade. Os preços no local, entre R$ 8,00 e R$ 12,00, contribuíram para que o público conferisse os diferentes paladares.
Eventos como o do final de semana, segundo Amaral Peixoto, não deixam de ser um desafio para um segmento que ainda representa 2% de toda a cerveja consumida no Brasil, segundo dados de 2016. O principal objetivo é mesmo o de fomentar o mercado e a cultura cervejeiros, diz o empresário, que em abril abrirá o bar próprio da marca, com 18 torres de chope. O evento, pioneiro neste formato em Pelotas, foi a oportunidade para muitos apreciadores de cerveja conhecerem e receberem informações sobre as diferentes marcas e as opções que cada uma oferece. De Pelotas, foi possível conferir a Javali Beer, a Brasserie 35 e a Roca e ainda a Continente, de Porto Alegre, a Moca Bier, de Piraí, e a Jimmy Eagle Brewery, de Bento Gonçalves.
Além da música dos DJs Chico Coelho e Muriel Campelo e das bandas James Joyce e Sugar Lips e da degustação do chope artesanal, foi preparado um cardápio especial para os consumidores no Festival, com a participação de operações da Praça da Alimentação, como Chu, Camarão Express, Trem Bão, Patroni Pizza, Mini Kalzone, Bocattino e Sik Sushi. Petiscos como tábua de tiras de alcatra, camarão com fritas, frango com polenta e sushis foram alguns dos pratos que o público saboreou no espaço reservado na área interna, especialmente preparada para recebê-lo, com garçons exclusivos. Canecas personalizadas foram criadas para o evento e circulavam pelas diferentes cervejarias, carregadas pelos bebedores encantados com o ambiente.
Lembra o gerente geral do Shopping Pelotas, Márcio Porto, que esta é uma área que cresce muito. “São mais 50 cervejarias no Rio Grande do Sul e é uma oportunidade para o pelotense conhecer este mercado”, diz. Para os visitantes, foi a de conhecer os segredos da cervejaria artesanal, lembra Porto, anunciando uma nova edição. “Foi um sucesso, tanto que já pensamos em uma segunda, com mais participantes, para setembro”, completou. Segundo o gerente comercial do Diário Popular, Rogério Caldellas, foram superadas todas as expectativas. “Fomos elogiados por todos”, disse. De acordo com o coordenador de Marketing do Shopping Pelotas, Rafael Almeida, o Festival é uma forma de receber um novo público, predominantemente jovem, em uma área externa muito pouco utilizada. Para o mês de junho, já está em planejamento uma edição também inédita no local, de um festival de queijos e vinhos, antecipa Almeida.
Mostra com comercialização
Se para os proprietários das cervejarias artesanais foi uma oportunidade de interagir com os clientes, para o sócio proprietário da Castelinho da XV Consultoria Cervejeira, Leonardo Espírito Santo, é o meio privilegiado de divulgar a loja em funcionamento e toda a gama de produtos para fazer a cerveja caseira, que também é bastante apreciada. “Muita gente nem sabia que existe a loja em Pelotas”, diz o empresário. “Este é um evento que divulga e estimula a produção artesanal de cerveja em casa”, completa Espírito Santo, que vê um novo potencial de clientes também para os cursos que ministra em instalações apropriadas na loja.
O médico Matheus Pinto e o engenheiro químico Israel Machado são dois destes clientes em potencial. Grandes apreciadores das cervejas, os dois querem começar pela produção caseira, mas pensam em um futuro comercial para esta ideia. Pinto lembra que Machado, como engenheiro químico, pode desenvolver o projeto para lançar no mercado. “Pensamos em algo comercial”, concorda Machado. Inicialmente, a produção deve ser mesmo para os amigos, explicam os dois, que conferiam os muitos itens levados pela Castelinho da XV para a Feira de Cerveja Artesanal no Shopping Pelotas.
Para quem já produz, o evento é a melhor divulgação. Parceiro no evento da Jimmy Eagle, André Bueno diz que ele tem dois públicos afins: um das pessoas que já sabem o que estão procurando e outro daquelas que buscam diferentes experiências com a cerveja artesanal, através dos paladares que são agregados. “O objetivo é a divulgação das marcas e das empresas”, conclui.
Sócio e mestre cervejeiro da Continente, Leonardo Paredes avalia que este evento chama a atenção por ser o primeiro em Pelotas, já comum em Porto Alegre. “É um evento com várias propostas para o público apreciar”, conta Paredes, que cita duas da marca, a Dry Stout, com um toque de Bourbon e a Belgian IPA, com cardomo e levedura belga, trazidas para o Festival. “Criação é a palavra-chave”, diz o mestre cervejeiro. “Sempre tem uma que vai te surpreender”, completou, citando os apreciadores de cerveja.
Também mestre cervejeiro, o sócio proprietário da Roca, Guilherme Charão, recorda que a marca foi a primeira artesanal a chegar a Pelotas. “Agora é referência comercial”, diz. Sobre a concorrência, Charão considera que é contra as grandes indústrias e não entre as artesanais. “É uma guerra contra as grandes”, explica. Antes produziam e alugavam a estrutura. “Agora, estamos montando a nossa própria”, relata.
A marca Mooca Bier é da cidade gaúcha de Piraí e veio para o Festival com a liderança do mestre cervejeiro Michel Soares, que aprovou a localização do evento. “Eu estou surpreso”, diz Soares, comentando que encontrou em Pelotas um público muito interessado pelo produto. “Já vendemos aqui o que não vendemos em dois dias em outros locais”, avaliou.
Para o dono da Javali Beer, a proposta de Pelotas ter uma cervejaria artesanal, a exemplo do que foi antigamente a Original Bier, é também motivo de orgulho. “Esta marca é da minha cidade”, diz Wladimir Amaral Peixoto, que foi um dos apoiadores do Festival, encerrado na noite de ontem, com um público heterogêneo, de todas as idades.
Idealizada por Leonardo Gastal, hoje gerente comercial, Matheus Ledesma e José Clóvis Schneider, a Brasserie 35 é uma cervejaria artesanal pelotense, que usufruiu no evento do final de semana no Shopping Pelotas da oportunidade de ser conhecida por novos clientes. “É uma troca imediata com o cliente”, avalia Gastal. A empresa já esteve em vários eventos fora, inclusive nos festivais de Blumenau em Santa Catarina e Santa Cruz do Sul, no Estado.
Na opinião do advogado Bernardo Leal, existe público para maiseventos como o Festival. “Tem um potencial que não é explorado. Pelotas ainda é nova neste tipo de evento. A concorrência faz aumentar a qualidade”, alerta. Seu amigo Vagner Franco, professor de Educação Física, avalia que eventos deste tipo trazem variedade para o público e quebram preconceitos quanto à cerveja artesanal ser mais forte. “Beba menos, mas beba melhor”,
Carregando matéria
Conteúdo exclusivo!
Somente assinantes podem visualizar este conteúdo
clique aqui para verificar os planos disponíveis
Já sou assinante
Deixe seu comentário