Percurso

A ida de bicicleta até o Laranjal

Mesmo com um espaço exclusivo, e que tem sido ampliado, quem vai de bicicleta aos balneários ainda enfrenta algumas dificuldades

Paulo Rossi -

Após dois anos de espera a ciclofaixa da avenida Adolfo Fetter está, finalmente, sendo ampliada. A obra executada pelo Serviço Autônomo de Saneamento de Pelotas (Sanep) é referente a uma medida compensatória determinada pelo Ministério Público em 2014. Orçada em R$ 245 mil a ampliação possui 3.750 metros correspondentes ao trecho entre a avenida Rio Grande do Sul e a entrada do Balneário dos Prazeres, na avenida Amazonas. A obra está em fase final, faltando apenas a sinalização para ser liberada aos ciclistas.

Somando os novos 3.750 metros de ciclofaixa com os 3,8 quilômetros já existentes na Adolfo Fetter - entre a rua Comendador Rafael Mazza e a avenida Rio Grande do Sul - o trecho próprio para uso de ciclistas é de 7,55 quilômetros. Espaço que junto à ciclofaixa da Ferreira Viana interliga o centro da cidade até Laranjal. Entretanto, além de ofertar um caminho exclusivo para pedalar é necessário pensar na manutenção e na segurança dessas vias, principalmente nesta época de veraneio, quando o movimento em direção à praia é intenso. A reportagem do Diário Popular acompanhou o professor de Português e ciclista Denis Romagnoli, 45, no percurso até o Laranjal, onde foram detectados alguns pontos de tensão para quem utiliza o veículo.

Limpeza
Tanto a areia na pista quanto o excesso de vegetação na beira da ciclofaixa podem causar acidentes. No dia em que a reportagem acompanhou o trajeto com Denis, as árvores tinham sido podadas recentemente, porém, mesmo assim, perto da ponte sobre o arroio Pelotas, foi possível encontrar galhos baixos, forçando o ciclista a curvar-se. Além disso, mesmo com a limpeza, em vários pontos havia concentração de areia na ciclofaixa, sendo que os mais críticos estavam localizados na parada de ônibus na rótula com a rua Comendador Rafael Mazza e, também, nas proximidades do Supermercado Peruzzo, no Recanto de Portugal, onde Denis conta que já caiu, devido a uma camada grossa de areia.

A limpeza da ciclofaixa, de acordo com o secretário de Serviços Urbanos, Luiz van der Laan, ocorre sem um período exato de tempo e em forma de rodízio com o resto da cidade. Quando é detectada que a condição não é a ideal, ela pode ganhar prioridade.

Alterações futuras
Flávio Al-Alam revelou, ainda, que a ciclofaixa da Ferreira Viana - que começa no rua Barros Cassal - também deverá receber uma intervenção para ser conectada com a que está sendo construída na avenida Juscelino Kubitschek de Oliveira.

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Sinalização e pavimentação
Não há o que reclamar quanto à pavimentação da ciclofaixa. Entretanto, para o professor de Português, que há 25 anos pedala por Pelotas, a sinalização ainda pode melhorar, principalmente nas entradas dos condomínios, com placas alertando os motoristas para olharem para os dois lados da via. A regra básica sobre travessia de cruzamentos, vista no primeiro dia de autoescola, parece ainda ser esquecida na avenida Ferreira Viana. Os motoristas esquecem que precisam olhar para os dois lados da ciclofaixa e prestam atenção apenas no sentido dos veículos. Denis conta que já viu um dos companheiros de pedalada se acidentar, pois não manteve contato visual com o motorista do carro que entrava na avenida. O único condomínio que possui sinalização de alerta para os ciclistas, em um poste, é o condomínio Residencial Princesa do Sul. No chão há vestígios de um alerta de “pare”, apagado com o tempo.

Segundo o atual diretor executivo - e futuro secretário - da Secretaria de Transportes e Trânsito (STT), Flávio Al-Alam, a pintura da sinalização foi refeita há poucas semanas, faltando apenas a colocação de alguns tachões que impedirão que os carros circulem próximos dos ciclistas. Quanto à entrada e à saída dos condomínios, Flávio é enfático ao dizer que isso é uma questão de educação no trânsito e que esse respeito deve acontecer entre as partes. Ele ressalta, ainda, que assim como no caso das faixas de pedestres, a ciclofaixa deve ser respeitada.

Para chegar até o calçadão da praia
Outra questão levantada por Denis é que a ciclofaixa termina na avenida Adolfo Fetter, não existindo continuidade até a orla da praia, e o trajeto pela Rio Grande do Sul acaba se tornando perigoso pela disputa de espaço com os carros. De acordo com Flávio Al-Alam, a prefeitura já identificou essa necessidade, a ser trabalhada ao longo da nova gestão municipal. A ligação deverá ocorrer pela avenida Rio Grande do Sul, pois as calçadas não são estreitas e poderão ser compartilhadas entre pedestres e ciclistas.

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