Publicado no final de semana o aviso de licitação para obras de requalificação dos calçadões das ruas Andrade Neves e 7 de Setembro em Pelotas. A ideia não é nova, mas atende às reivindicações de comerciantes estabelecidos no local e consumidores que circulam pela área, que concordam que os calçadões, principalmente o da rua Andrade Neves, deixa muito a desejar em funcionalidade e beleza. Além da mudança da fiação aérea, com exceção da elétrica, serão substituídos os sistemas de esgoto e drenagem pluvial, que causam graves transtornos aos comerciantes em dias de chuvas fortes. Segundo o coordenador da Unidade Gerenciadora de Projetos (UGP) da prefeitura, Jair Seidel, o projeto receberá investimento de R$ 4,2 milhões, garantido pelo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) dentro do Projeto de Mobilidade Urbana, com contrapartida do Executivo local de 4%. As propostas serão apresentadas no dia 22 de dezembro e as obras devem começar no máximo em 90 dias, com prazo de execução de 18 meses.

Ao detalhar o projeto, Seidel explicou que, junto com a substituição do piso por lajotas de concreto e da iluminação pública por lâmpadas de led, haverá a remodelação do mobiliário urbano, com a troca das lixeiras e também a poda das árvores. “Todo o cabeamento de tevê a cabo e telefonia será subterranêo”, reiterou Seidel, citando ainda a extensão desta remodelação também no calçadão da rua 7 de Setembro: da esquina da 15 de Novembro até a General Osório. Mas o projeto ousa ainda mais quando contempla a rua Andrade Neves, entre a Marechal Floriano e a Lobo da Costa com a abertura de uma pista de trânsito de veículos. Haverá uma calçada mais larga, mas uma pista de rolamento possibilitará que os veículos vindos da Marechal Floriano dobrem à esquerda com acesso à Lobo da Costa e à continuação da Andrade Neves junto ao Mercado Central. Segundo Seidel, correrá o prazo de 30 dias para o recebimento das propostas nesta que será a primeira licitação para a obra.

Mais vida à região
Há 40 anos estabelecido naquele trecho do calçadão, o comerciante Jacques Halal concorda que beneficiará os lojistas do local. “Dará mais vida para a região. O cliente passa de carro, vê as vitrines, estaciona o carro e volta para comprar”, diz. “No início, vai nos causar transtornos por causa das obras”, lembra o gerente Carlos Danielwoski, que trabalha há nove anos na loja da esquina do calçadão da Andrade Neves com a rua General Neto. “O esgoto tem que fazer mesmo. Com chuva, entra água na loja”, conta. “Mas vai ficar um shopping a céu aberto”, avalia Danielwoski. Esta é a proposta que aguardava há mais de 12 anos para ser executada, segundo o atual vice-presidente do Sindicato do Comércio Varejista (Sindilojas), Renzo Antonioli, que acompanhou como presidente a elaboração do projeto de shopping a céu aberto. “Será um progresso”, avalia o líder varejista. “Calçadas largas são projetos que mais beneficiam pedestres, motoristas e comerciantes. Do contrário, é um convite ao pedestre para que se afaste do centro”, afirma.