Parados
Adesão à greve dos Correios é de 60%
Paralisação iniciou nesta quinta-feira, em Pelotas; com o movimento, 60 mil correspondências e 1,6 mil encomendas deixam de ser entregues
Lucas Kurz -
Atualizada às 19h14min.
Dos 120 funcionários dos Correios em Pelotas, 60% aderiram à greve da categoria, iniciada nesta quinta-feira (21) no município. Com o movimento, fica prejudicada a entrega de 60 mil correspondências ao dia, assim como 1,6 mil encomendas. Mais do que os 8% de reposição salarial, segundo o representante sindical Henrique Toralles, os trabalhadores lutam contra a privatização e a cobrança do plano de saúde.
Afirmam ter os salários mais baixos das empresas públicas, com inicial de R$ 1,3 mil para carteiro, por isso argumentam não poder arcar com o desconto do plano de saúde. A mobilização também é em defesa dos direitos adquiridos. De acordo com o delegado do Sindicato dos Trabalhadores em Correios e Telégrafos (Sintec/RS), podem ser perdidas ou modificadas mais de 40 cláusulas. Entre elas, a realização de concurso público. "Estamos correndo um risco sério de em curto espaço de tempo perder os nossos empregos. Só a luta vai mudar essa situação", diz Toralles.
Por enquanto não chegou a acumular um volume excessivo de correspondências, o que deverá acontecer a partir da próxima semana, quando começam a chegar as contas do mês da população. No ano passado, os funcionários dos Correios também entraram em greve nesta mesma época. O movimento, contudo, durou apenas dois dias. Para esse não há previsão, visto que não há nenhuma negociação prevista. A mobilização, em princípio, se dará por tempo indeterminado.
"Essa greve vai ser bem mais difícil, pois podemos estar próximos do fim da empresa, que já foi a melhor do País", comenta o delegado do Sintec/RS, ao acrescentar que a possibilidade de desemprego ronda todos os funcionários, que não vão ter para onde correr, pois até os bancos suspenderam os concurso públicos. A dificuldade em conseguir emprego já é grande e nos Correios existem carteiros com curso superior, como advogados (quatro), engenheiro agrônomo e professor.
Essas pessoas que conseguiram postos de trabalho na empresa estão preocupadas em perder essas vagas face à situação, assinala Toralles. Na segunda-feira está prevista nova concentração dos grevistas no Centro de Distribuição Domiciliária (CDD) da praça 20 de Setembro, 300, onde vai ser elaborado o calendário de atividades para serem realizadas ao longo da semana.
Assembleias no Rio de Janeiro e São Paulo na terça-feira devem reforçar o movimento, que ocorre em todo o País. Em Pelotas iniciou dois dias depois por causa do feriado de quarta-feira. A ideia é aumentar a adesão local. Segundo informações do Sintec/RS, em algumas cidades a participação da categoria na greve chega a 90% e a avaliação em nível nacional é de que esta já é a maior greve realizada desde 2009.
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