“A cada freada que ouvimos chega a dar um arrepio.”

Quem vive assustada com o cruzamento da avenida Fernando Osório com a rua Armando Sicca é Alice Nunes, 26. Proprietária de uma pet shop bem em frente ao entroncamento, ela aguarda ansiosa pelas mudanças que estão sendo feitas no local pela Secretaria de Transportes e Trânsito (STT).

Apesar de postes e semáforos já estarem instalados há duas semanas, ela lamenta que o sistema ainda não esteja em funcionamento. Funcionários da STT trabalham na configuração dos controladores e já realizaram testes. Porém, antes do novo controle de tráfego ser ligado definitivamente, será preciso instalar os semáforos para pedestres, que ainda não estão no local, e colocar novas placas sinalizando as mudanças.

“O trabalho está quase concluído e em poucos dias será possível já utilizar o sistema semafórico completo no cruzamento. Vamos tentar fazer com que até esta sexta esteja pronto para funcionar no sábado. Caso contrário, no próximo final de semana ligaremos”, projeta o secretário Flávio Al Alam, da STT.

Além do semáforo, haverá outra alteração. Motoristas que hoje transitam pela Fernando Osório no sentido bairro/Centro não poderão mais fazer a conversão à esquerda na Armando Sicca. Precisarão continuar pela avenida e contornar a rótula na praça ali próxima, a Capitão Nestor Corbiniano de Andrade, após a Curva da Morte.

Redução de acidentes
Em novembro do ano passado, ao trafegar pela Fernando Osório a jovem Camila Macedo, 23, virou uma vítima do trânsito confuso na esquina com a rua Armando Sicca. Um veículo invadiu a avenida e, sem tempo para desviar, a motociclista bateu e morreu no local.

Da sua pet shop, Alice viu tudo e as imagens foram captadas pelas câmeras de segurança. Desde então, conta que a cada novo acidente no local os motoristas pedem acesso às gravações - para usarem em sua defesa ou para mostrar o caos do trânsito.

A bordo da sua moto, o representante comercial Róbinson Tavares, 27, conhece bem o risco. Obrigado a passar diariamente por aquele trecho, conta que a esquina da Armando Sicca é um dos pontos mais perigosos. “Já tomei alguns sustos. Acredito que o semáforo possa melhorar isso”.

Morador da avenida há 15 anos, o aposentado Ilmar da Silva, 61, nem gosta de lembrar do que tem visto nos últimos tempos. “Já vi muito acidente grave aqui, com morte. Antigamente tinha uma sinaleira nessa esquina e não havia acidentes.”