Nas ruas do Laranjal, velhos conhecidos dos moradores causam transtornos no dia a dia: os buracos. Segundo a Associação Comunitária do Laranjal (Asclar), o bairro representa a segunda maior extensão de vias não pavimentadas no Município, atrás apenas da Colônia. No entanto, a comunidade relata que a manutenção das ruas não é proporcional ao tamanho e às necessidades do bairro. Nos Balneários Santo Antônio, Valverde e dos Prazeres, por exemplo, o problema das ruas esburacadas é recorrente e, segundo residentes, têm ficado cada vez pior.

Conforme a vice-presidente da Asclar e moradora do Laranjal há 23 anos, Meri Padilha, a principal reivindicação do grupo para atenuar o problema dos buracos é que a patrola específica do bairro, garantida anos atrás através de emenda parlamentar do deputado Daniel Trzeciak (PSDB), seja utilizada adequadamente. "A patrola veio para servir o Laranjal, da ponte do Arroio Pelotas até a ponte do Arroio Totó, que é a área distrital do bairro. É onde ela tem atuação, mas na prática, não é isso que a gente vê", comenta.

Da parte dos moradores, a representante afirma que são muitas as reclamações que chegam à Asclar, principalmente as que relatam danos em carros por conta dos buracos. "É uma coisa que está inviável, os moradores estão reclamando com razão. Não tem carro que resista. No Barro Duro está a mesma situação terrível, tem até ônibus que estraga pelo estado das ruas". Para Meri, a principal indignação da comunidade é não contar com uma condição básica de trânsito. "O Laranjal é visto como um bairro de classe média, a gente paga IPTU de área nobre, mas não temos o básico de ir e vir. O que a gente pede não é nada além de um direito", afirma.

Moradores confirmam incômodo
Quem vive no Laranjal conhece bem os problemas, como a faxineira Rosimeri Mesquita, 51, que já morou no Balneário dos Prazeres e, hoje, mora no Valverde. "Todo o Laranjal está um horror. A estrada do [Pontal da] Barra então, nem se fala. Eu ando de moto elétrica e já estraguei o amortecedor de andar por aqui", diz. Segundo ela, que mora no bairro há 16 anos, enquanto a atenção do poder público fica na avenida principal, na beira da praia, o resto do bairro fica desassistido. "O Laranjal está muito abandonado, principalmente na periferia, na parte mais pobre. Todo mundo pensa que Laranjal é todo mundo rico, mas tem a parte pobre, e aqui está tudo tapado em buracos", avalia.

Para a moradora Ana Cristina Petitot, 64, que também possui uma empresa no bairro, a situação é a mesma. Na loja, que costuma receber caminhões com entrega de materiais, os buracos são um problema constante. "O pessoal [que vem aqui] reclama bastante. Está um horror, hoje eu vim a pé para a loja e vinha desviando para não cair nos buracos", comenta.

Trabalho está sendo feito, diz Prefeitura
Através da assessoria de imprensa, o secretário de Serviços Urbanos e Infraestrutura, Fábio Suanes, confirmou que existe uma máquina lotada no Laranjal, que trabalha somente nos balneários. "Tivemos sete dias de chuvas intensas e persistentes, é natural que diante dessa situação climática vias não pavimentadas apresentem problemas, especialmente porque o Laranjal apresenta um lençol freático baixo, o que aumenta a concentração de umidade e o tempo de secagem da água acumulada nas ruas", diz o texto.

A nota afirma, ainda, que a máquina tem trabalhado na recuperação das ruas diariamente, desde o final das chuvas, priorizando as vias do transporte coletivo. Após a recuperação destas ruas, vias perpendiculares e adjacências serão recuperadas obedecendo a um calendário permanente.