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Boas ideias decolam

As novíssimas startups, muitas vezes apoiadas pelas incubadoras, ganham mercado

Paulo Rossi -

Se quem tem muito dinheiro guardado ainda se recusa ou tem receio de investir, há uma tendência cada vez maior de surgimento de startups (empresas e modelos de negócios baseados sobretudo em novas ideias para crescimento sem altos custos). Várias delas aproveitam estruturas como as incubadoras existentes nas universidades e no Instituto Federal Sul-rio-grandense (IFSul) para dar seus primeiros passos de forma mais segura. É o que explica o coordenador do Centro de Incubação de Empresas da Região Sul (Ciemsul/UCPel), Leandro Félix. “Os empreendedores muitas vezes nos procuram apenas com uma ideia, sem saber como tirar do papel. É aí que entra todo o networking com profissionais e empresários da região.”

Estudante de Tecnologia em Processos Gerenciais na UFPel, João Júnior, 23, é o típico caso de quem aposta nos serviços para criar bons negócios. Após consolidar uma startup voltada ao envio de mercadorias com frete mais barato que a média do mercado, agora uniu uma equipe de seis pessoas e instalou no Ciemsul a agência de marketing digital Propagar. Em pouco mais de quatro meses de atividade, a empresa já concentra 36 clientes e as receitas superaram as despesas. “Pelotas possui um mercado conservador, um público difícil de se abrir à tecnologia e à inovação. Mas com estudo de mercado e um aporte inicial de R$ 2 mil para adquirir alguns equipamentos, lançamos o serviço e já pensamos em expandir para São Paulo, mantendo nossa base aqui”, diz o empreendedor.

Assim como essa agência digital, outras ideias voltadas a facilitar ou mudar hábitos de consumo de serviços também se desenvolvem dentro e fora das incubadoras. No entanto, embora elas sejam importantes para oxigenar a economia regional, atividades já estabelecidas são exemplos que unem vocação e futuro: os Arranjos Produtivos Locais (APLs) do Polo Naval e Energias e da Saúde, além das agroindústrias de conservas e alimentos.

O coordenador do Escritório de Desenvolvimento Regional da Universidade Católica de Pelotas (EDR/UCPel), Fábio de Castro Neves, explica que joga a favor destes complexos industriais a formação de mão de obra qualificada existente na região através das instituições de Ensino Técnico e Superior. Contudo, especialmente quando se fala em agroindústrias, falta ainda fortalecer uma identidade própria. “É um erro buscar características e padrões de outros lugares. Nosso doce já é conhecido nacionalmente, mas porque não trabalhar com a carne, o leite? Podemos trabalhar a qualificação, como fazem os vizinhos uruguaios, e ser uma referência para o resto do Brasil”, opina o engenheiro agrícola.

Seja qual for a estratégia e o caminho a ser percorrido para isso, nenhum gestor público, empresário, empreendedor ou investidor pode prescindir de uma necessidade básica, lembra Neves: infraestrutura.

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