DP 127 anos
E a tradição?
A orizicultura e a fruticultura se mantêm em crescimento nas lavouras da Zona Sul
Paulo Rossi -
Maior produtor de arroz do Brasil, o RS tem na Zona Sul a espinha dorsal dessa cultura, junto com a Fronteira Oeste e a Campanha. São mais de 180 mil hectares de lavouras de arroz no entorno de Pelotas e demais municípios da região. O resultado disso é uma safra anual de 1,5 milhão de toneladas, capaz de injetar na economia cerca de R$ 1 bilhão. De acordo com o coordenador regional do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga), André Matos, apesar da cadeia estar passando por um período de depreciação de preços por conta da maior oferta do grão e por uma queda nas exportações, o cenário é positivo e os próximos anos devem manter a atividade em situação de regularidade, sem sobressaltos. “Temos aqui uma vantagem para a venda ao mercado externo, pois estamos próximos ao porto. Além disso, a produtividade cresceu nos últimos três anos e atingimos o patamar de 8 mil quilos por hectare”, comenta. O número é animador, já que está acima da média estadual de 7,9 mil quilos.
Outra vocação presente em quase todos os municípios é a fruticultura, com destaque especial para os pessegueiros. Os pomares fazem da região a grande produtora nacional de pêssego em conserva, com 90% da fruta que chega às mesas. Conforme acompanhamento feito pela Emater, são pelo menos 50 milhões de quilos da fruta colhidos todos os anos, garantindo a movimentação de R$ 600 milhões para persicultores e indústrias de Pelotas, Canguçu, Morro Redondo, Piratini, Cerrito, Arroio do Padre, São Lourenço do Sul e Jaguarão.
Apesar de toda essa riqueza proveniente do campo e dos serviços, o economista Ezequiel Megiato alerta: se não quiser parar no tempo e depender apenas do que já tem nas mãos, é fundamental que o espírito empreendedor do Sul do Estado cresça e apareça. “A região de Pelotas está entre as três maiores poupanças per capita do país. Ou seja, há muito dinheiro aqui, mas parado. Falta esse entendimento de negócio para que as pessoas invistam, arrisquem para movimentar a economia. Ainda somos muito dependentes do Poder Público”, diz.
-126687Carregando matéria
Conteúdo exclusivo!
Somente assinantes podem visualizar este conteúdo
clique aqui para verificar os planos disponíveis
Já sou assinante
Deixe seu comentário