Por Victoria Fonseca
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(Estagiária sob supervisão de Vinicius Peraça)

Única via de acesso ao Laranjal, a ponte sobre o Arroio Pelotas tem preocupado condutores que trafegam diariamente no local por conta das condições de infraestrutura. Além de alguns buracos e desníveis na superfície das pistas, o problema maior está embaixo, devido à precariedade das bases de sustentação das cabeceiras.

Ao entrar embaixo da ponte, no sentido bairro - Centro, é possível constatar a fragilidade de parte das bases de sustentação da cabeceira. Em parte da estrutura há uma grande fundação de concreto compactado, que garante o suporte de uma das laterais. No entanto, no restante a contenção é feita com pedras, blocos de pavimentação, aterro e até pedaços de madeira. Com a pressão do tráfego de veículos e as intempéries, principalmente a chuva que causa infiltração, os materiais vão se descompactando.

Conforme a contenção vai caindo, um rastro de pedras e pavimento é formado na ribanceira da ponte. O acúmulo dos sedimentos cobre toda a base da estrutura à beira do arroio. Na outra pista, a sustentação da cabeceira é constituída da mesma maneira. E a falta de manutenção parece ser a realidade.

Na tarde de ontem, após receber reclamações de usuários da ponte com o alerta sobre as condições, o vereador Paulo Coitinho (Cidadania) esteve no local para verificar a situação. O objetivo é cobrar da Prefeitura a manutenção e melhorias na estrutura. "Verificamos lá em cima, no asfalto, que há sinais de problemas na contenção", explica. "Cria uma dúvida e incerteza nas pessoas que passam aqui diariamente. Tem pessoas perguntando se a ponte vai cair."

Desconfiança

Morador do Laranjal há oito anos, Gilberto Costa é uma das pessoas que têm se preocupado com as condições da travessia. O servidor público diz que apesar de ser leigo no assunto, é perceptível que há problemas e que já ouviu de vizinhos a mesma desconfiança em relação à segurança. "Começou a aparecer até nas redes sociais a preocupação do pessoal. Tinha gente falando até que a ponte podia ceder", conta.

Para se deslocar ao trabalho, Costa passa no local diariamente e relata que o trânsito de veículos pesados, como caminhões e ônibus é grande. Assim as manutenções realizadas no asfalto não duram muito tempo e acabam cedendo. "Eles [Prefeitura] estão fazendo só em cima e continua cedendo, abrindo, caindo. Faz a gente pensar que realmente a ponte está oferecendo algum perigo."

O que diz a Prefeitura

Conforme o secretário de Obras, Giovan Pereira, os problemas na estrutura da ponte do Laranjal existem desde obras feitas no local ainda nos anos 1990. "Realizamos manutenções periódicas com o objetivo de garantir a segurança da travessia e minimizar os problemas causados pelo desgaste das estruturas", argumenta.

O gestor diz ainda que uma solução definitiva para o trecho virá através da requalificação total da avenida Adolfo Fetter, avaliada em cerca de R$ 20 milhões, e que a Prefeitura trabalha na busca de alternativas para conseguir os recursos necessários para execução do projeto.