Alerta

Centro de Controle de Zoonoses realiza ações de vigilância da Esporotricose

Doença transmitida principalmente pelos gatos aos humanos tem apresentado aumento nas notificações

Foto: Divulgação - Evitar que o gato tenha acesso à rua é a principal maneira de evitar a contaminação


A esporotricose é uma doença causada por fungos que vivem no solo, em plantas e em madeira. Considerada uma micose, afeta a pele de pessoas e animais, principalmente de gatos, podendo se disseminar e afetar órgãos internos. De acordo com a chefe do Departamento de Vigilância Ambiental em Saúde da Secretaria de Saúde de Pelotas, médica veterinária Isabel Madrid, trata-se de uma doença endêmica no Município. “Por não ser uma doença de notificação obrigatória, não temos o panorama real do número de casos”, ressalta.

De 2013 até abril deste ano, a Secretaria teve confirmados 130 casos em humanos e 613 em felinos. Segundo ela, a doença está presente em todas as regiões do Município, zonas urbana e rural, apresentando casos concentrados em determinadas localidades. Atualmente as solicitações e casos confirmados ocorreram nas Três Vendas (Santa Terezinha/Py Crespo), Areal (Dunas), Centro (Loteamento Mauá) e Fragata (Simões Lopes), ressalta. “Temos o conhecimento de muitos casos em felinos e, considerando a facilidade de transmissão da doença nessa espécie, até mesmo pelos hábitos culturais de criação desses animais (vida livre), nos preocupa pois não há um controle efetivo para frear a disseminação da doença e a proximidade dos pets com seus tutores põe em risco a saúde”, diz.

Segundo ela, evitar que o animal tenha acesso à rua é a principal maneira de evitar que o gato se contamine. Tanto as pessoas quanto os animais podem adquirir a doença através de ferimentos na pele causados por felpas de madeira, espinhos de plantas e material vegetal contaminado. Os gatos afiam as unhas em árvores, escavam e rebolcam-se no solo e os felinos, doentes ou sadios, podem transmitir o fungo pela arranhadura e mordedura para os humanos e outros animais.

A médica explica que as feridas ocorrem com mais frequência nas mãos e braços e se assemelham a picadas de insetos e aranhas ou furúnculos. Além disso, os animais com Esporotricose apresentam frequentemente espirros e dificuldade para respirar.

Nos gatos, são considerados suspeitos animais com feridas abertas na pele que pareçam de brigas ou queimaduras. A cabeça e as patas são os locais mais afetados, especialmente o nariz. Nos humanos, a doença ocorre com mais frequência em proprietários de gatos, veterinários e em indivíduos com atividade relacionada ao meio rural, jardinagem e horticultura.

A doença se desenvolve cerca de dez dias após o ferimento e se manifesta através de feridas avermelhadas, caroços e dor no membro afetado. Nos cães, a doença é menos grave e costuma ocorrer no focinho. Por as feridas se assemelharem a outras doenças, é necessária a realização de exame laboratorial para confirmar a micose. Em casos raros, pode afetar articulações, ossos, pulmões e outros órgãos.

Ações
O Centro de Controle de Zoonoses realiza diversas ações de Vigilância da Esporotricose, feitas a partir de solicitações da própria população ou de notificações dos serviços de saúde humana e animal. “Entramos em contato com o paciente (humano) ou tutor do animal que está com a doença”, diz.

No caso de animal com suspeita, é agendada visita domiciliar para coleta de amostras clínicas para realização do diagnóstico laboratorial confirmatório de esporotricose e realizada a orientação sobre as medidas de controle e prevenção.

Quando a suspeita é com humano, é encaminhado para atendimento especializado no ambulatório de infectologia do HU/Famed/Furg onde já é realizada a coleta de amostra clínica para a realização do exame laboratorial. “Em caso positivo, o CCZ libera a retirada da medicação para o tratamento da pessoa através da Farmácia Municipal”, ressalta.

No caso de felino que não possui tutor, após confirmação do diagnóstico positivo, o animal é recolhido para o gatil municipal para tratamento, mediante a disponibilidade de vagas. Após o tratamento e cura, o animal é encaminhado para adoção.

Solicitações e informações podem ser obtidas através do 3284-7709 ou pelo CCZ, na rua Lobo da Costa, 1.764, de segunda a sexta das 8h ao meio-dia, através do telefone 3284-7731 ou pelo email [email protected].

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