Por Vitória de Góes
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Um ambiente voltado para colocar em prática o que é visto em sala de aula, unindo saúde, tecnologia e educação. No último mês, o Centro de Simulação Realística do Hospital Escola da Universidade Federal de Pelotas (HE/UFPel) completou um ano em atividade. Nesse meio tempo, o espaço proporcionou 109 atividades, entre aulas, oficinas e cursos, para 728 pessoas - sendo 56 funcionários do HE e 586 alunos estudantes dos cursos da área da saúde da universidade federal.

O CSR possui uma estrutura que reproduz os setores de um hospital. A maior sala ilustra uma Unidade de Tratamento Intensivo (UTI), outra, ainda, simula um Bloco Cirúrgico. Para se ter uma ideia, todo o espaço é utilizado para cerca de 30 aulas diferentes. A coordenadora do Centro, Gabriela Klein, classifica o local como essencial para a qualificação dos profissionais.

“É um espaço onde a gente acaba entregando para a assistência um aluno mais preparado, mais seguro. É sobre a gente qualificar a nossa assistência, fortalecer o ensino e trazer segurança para o nosso profissional e, consequentemente, para o nosso paciente”, defende.

Após um ano de funcionamento, a coordenadora relata que os alunos ainda se surpreendem e seguem se habituando ao local. “Mesmo a gente sabendo que centro de simulação é uma metodologia antiga e que ela vai de encontro de um ensino ético, para a universidade é algo relativamente novo, por isso eles estão fascinados diante da possibilidade de ter um local no qual podem treinar, errar, aprender e no futuro serem mais assertivos”, destaca.

Através da simulação realística, o objetivo é desenvolver um conhecimento humanístico e unir ao científico, para formar profissionais mais responsáveis. Somente na sala de atendimento e UTI, os alunos praticam o suporte de vida do básico ao avançado, os cuidados com um paciente em estado crítico, as manobras para abordar vias aéreas e montar uma ventilação mecânica invasiva. Já no Centro Cirúrgico é possível entender melhor, por exemplo, sobre a realização de uma cirurgia laparoscópica (por vídeo) e treinar a tática do procedimento.

Gabriel Ribeiro está no sexto semestre de Medicina e considera o CSR como uma parte muito importante para a sua formação. Ele conta que até o momento já passou no local para colocar em prática as aulas das disciplinas de Cirurgia Ginecológica e Medicina Intensiva. “As tecnologias médicas vem evoluindo muito rapidamente e se a gente não possui essas práticas e essas novas formas de atuar, tanto na cirurgia quanto na clínica, nós vamos ficar defasados”, declara.

O futuro do CSR
Gerente de Ensino e Pesquisa no Hospital Escola, Tiago Collares também defende a metodologia trazida pelo Centro de Simulação Realística. Segundo ele, “é um local onde se pode e se deve errar, para levar para dentro do hospital equipes mais qualificadas”. Para o futuro do espaço, ele revela que a instituição está buscando novos equipamentos. “Tem editais da rede Ebserh (Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares) que a gente está competindo, recursos do governo federal que a gente tá buscando para conseguir mais simuladores e o quanto mais realístico possível”, revela.

Além disso, a coordenação tem feito parcerias com a empresa LifeMed para conseguir equipamentos, principalmente para a UTI. Dessa forma, o local também contribui para o desenvolvimento de novos suportes médicos, passando a ser um espaço de inovação para a saúde.

“Esse desenvolvimento de determinados equipamentos podem ser feitos juntos aos manequins e ver esses equipamentos que estão sendo desenvolvidos em tempo real permite que determinados ajustes que seriam feitos só no atendimento aos pacientes já sejam feitos nos simuladores”, diz o gerente de Ensino.