A secretária da Pesca do Rio Grande, Maria Odete Pereira, defende a postura da categoria sem descartar alternativas de remuneração. “Eles têm direito de se manter pescadores, mas é importante que sejam preparados ao trabalho com o cooperativismo, pra que a pescaria artesanal não seja a única fonte de renda”, alega. Maria Odete afirma que, do ponto de vista econômico, o cooperativismo é a saída considerada mais viável pelas autoridades.

Segundo a titular da pasta, o Executivo está trabalhando na capacitação dos pescadores, para que possam executar nova função independente da pesca artesanal. A medida, porém, terá efeitos somente a longo prazo. Para aliviar a situação atual, outras possibilidades estão em tratativas, como a distribuição de cestas básicas às comunidades pesqueiras.

A pretensão, até o final deste mês, é renovar a situação de emergência local - já declarada no último ano, após a enchente de outubro.

Além disso, um dossiê com a situação dos cinco municípios pertencentes ao Fórum da Lagoa foi entregue aos prefeitos da região. O representante da entidade, Nilton Machado, afirma que no próximo dia 25, em São José do Norte, pescadores da região se reunirão para discutir o cenário de calamidade na safra do crustáceo. A partir do encontro, as demandas discutidas serão encaminhadas aos governos estadual e federal.

Machado antecipa que algumas necessidades já estão definidas. Uma importante solicitação será pela prorrogação do vencimento do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf). “A maioria não tem condições de pagar o financiamento nessa situação”, assegura. O vencimento ocorre de acordo com o mês que o trabalhador realizou o financiamento. A categoria ainda deverá debater o pouco diálogo com as autoridades fiscalizadoras, como Patrulha Ambiental (Patram) e Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis. (Ibama).