Nota baixa

Começa o ano para a rede pública

No primeiro dia de aula, refeitório da Escola Estadual Lima e Silva, na Guabiroba, se tornou sala improvisada para os alunos

Jô Folha -

As escolas das redes públicas estadual e municipal já estão em plena atividade em Pelotas.

Na segunda-feira (6) foi dia de volta às aulas em, pelo menos, 127 delas. Desde cedo em torno de 250 pessoas formaram uma fila em frente à Central de Matrículas, em busca de vagas em educandários mais próximos às suas residências. Na Escola Estadual de Ensino Fundamental Marechal Luiz Alves de Lima e Silva as aulas foram ministradas no refeitório e na biblioteca, por falta de salas. No município o primeiro dia foi tranquilo e, conforme a Secretaria Municipal de Educação e Desporto (Smed), quadro de horas complementares para professores está sendo emitido para cobrir horas vagas.

Na maior escola municipal, o Colégio Pelotense, o dia foi corrido em função da chegada de muitos estudantes. “A escola sempre organiza o acolhimento destes novos alunos, então já estamos um pouco acostumados com a correria inicial”, contou o diretor Arthur Katrein. Com a liberação de complemento de horas para professores será possível atender o quadro completo. Com uma equipe de 300 professores, o número de alunos se aproxima de três mil. Na Escola Municipal de Ensino Fundamental Núcleo Habitacional Dunas a direção informou que realizava uma limpeza na volta do terreno. Na sexta-feira o mato ultrapassava o letreiro com o nome da escola. De acordo com Artur Corrêa, titular da Smed, foi “tudo tranquilo”. Algumas unidades ainda solicitavam complementação de horas para professores do quadro, a fim de concluir horas vagas em algumas áreas. “Com o quadro vamos conseguir sanar todos os espaços”, garantiu Artur.

Na Escola Estadual Monsenhor Queiroz faltam poucos professores e, segundo a equipe diretiva, duas turmas foram suprimidas com nova matriz curricular, o que aumentou a disponibilidade de horas de professores. “Diferentemente do ano passado, que ficamos sem professor de Biologia até junho”, comentou a diretora Luciara Boeira. Com duas turmas a menos, será preciso colocar mais estudantes por sala. É o que também ocorre no Colégio Estadual Dom João Braga, onde há salas sobrando, mas estudantes se acumulam num mesmo local. “No EJA querem colocar até 50 alunos por turma”, disse o diretor Marcelo Denis, referindo-se à Educação de Jovens e Adultos. O que também preocupa a equipe diretiva é a aposentadoria de professores. Na escola, cerca de seis professores devem se aposentar até junho.

Na Escola Estadual de Ensino Médio Coronel Pedro Osório não há falta de docentes nem de estrutura que, de acordo com a direção, é exemplar dentro do contexto da educação pública.

Ensino no refeitório
No lugar de pratos de merenda, cadernos escolares. Foi assim no refeitório da Escola Estadual Lima e Silva, na Guabiroba. Com uma obra iniciada em outubro de 2014 no pavilhão três, a unidade precisou remanejar estudantes para outras áreas. Com um quadro escorado numa mesa de refeições, estudantes assistiam à aula sentados próximos à cozinha onde são preparadas as refeições. Do fogão era possível enxergar a aula através de uma janela. Sem merenda nesta segunda, a direção prevê realocar estudantes num corredor. Ao todo são dois anos e meio de espera por uma solução. Orçada em R$ 610 mil, a obra parou no início de 2015 e o prédio aos poucos vai ficando ainda mais deteriorado - a previsão da entrega era para fevereiro de 2015. Diretora da escola, Margarida Cazarre Tavares diz que o caso é “muito preocupante”. Ela relata que já houve arrombamento no prédio que comportaria as salas. Conforme a diretora, as tratativas com a Secretaria Estadual de Obras emperra em burocracias e, ainda nesta semana, o Estado deve entrar em acordo com construtora responsável pela obra.

Greve
Em assembleia realizada na sede da Asufpel, o 24° Núcleo do Cpers Sindicato tirou o posicionamento regional de aderir à greve a partir do dia 15 deste mês. A decisão regional faz parte do que foi decidido no 33º Congresso da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE). A posição será levada para a assembleia estadual da categoria marcada para esta quarta-feira, em Porto Alegre. Tendência é de que os professores de todo o Estado entrem em greve por tempo indeterminado.

Os professores denunciam o não pagamento do piso salarial para a categoria, são contra o constante parcelamento de salários pelo governo do Estado, o parcelamento do 13º e os pacotes apresentados pelo governador José Ivo Sartori (PMDB) para a Assembleia Legislativa. “O governo quer acabar com o artigo 35 que ordena o pagamento integral de salários aos servidores até o último dia útil do mês”, comentou Mauro Amaral, diretor do núcleo do Cpers. A greve da categoria em nível nacional, organizada pela CNTE, é contra a reforma trabalhista, previdenciária e do Ensino Médio.

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