Solução
Começa o desassoreamento do Canal da Divinéia, na Colônia Z-3
Operação foi realizada para auxiliar os pescadores durante a safra do camarão; para o futuro, autoridades buscam viabilizar uma dragagem
Foto: Carlos Queiroz - DP - Limpeza irá ajudar os pescadores temporariamente, mas uma ação mais profunda ainda precisa ser planejada
A tão aguardada demanda dos pescadores da Colônia Z-3 por uma limpeza no Canal da Divinéia foi atendida esta semana. Desde terça-feira (28), uma escavadeira alugada pela Prefeitura está realizando uma operação de desassoreamento no local. A limpeza, que havia sido anunciada antes do início da safra de camarão, é uma medida paliativa e emergencial para auxiliar os pescadores, que enfrentavam problemas no acesso ao ancoradouro para proteger as embarcações e descarregar o pescado.
O presidente da Associação de Pescadores da Colônia Z-3, Nilmar Conceição, destaca que a operação vai ajudar bastante, mas, a longo prazo, é necessária a realização de uma dragagem, processo de limpeza mais profundo que requer maquinário específico. "Ficamos muito agradecidos e esperamos que seja feito um bom trabalho. A gente entende que esse serviço é paliativo e que precisamos pensar em algo maior futuramente", observa.
O deputado estadual e presidente da Frente Parlamentar Gaúcha da Pesca, Zé Nunes (PT), que participou de conversas para viabilizar a limpeza, reforçou a importância do serviço e, também, de uma operação mais ampla no futuro. "Esse desassoreamento é muito positivo e a gente fica feliz porque foi algo prometido e que está sendo cumprido. Mas, a nossa meta, é uma dragagem para resolver o problema de forma definitiva", afirma. Um estudo de batimetria, procedimento necessário para realizar a dragagem, já foi realizado. Os próximos passos, agora, incluem a outorga do canal e a realização de licença ambiental para dar continuidade ao processo.
Através da assessoria, o titular da Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR), Idemar Barz (PSDB), também confirmou que o impacto aos pescadores será imediato e que as possibilidades técnicas e operacionais para realizar a dragagem no local continuarão a ser discutidas com representantes dos pescadores, da comunidade, da Prefeitura, da Câmara de Vereadores e da Frente Parlamentar Gaúcha da Pesca.
Pescadores têm ressalvas
Enquanto a máquina trabalhava, diversos pescadores acompanhavam o serviço. A comunidade comemora a limpeza após tanta espera, no entanto, ainda há preocupação em relação à duração do serviço, já que a escavadeira só consegue trabalhar em um dos lados do canal. "Quando a pá entra na água, não chega na metade do canal. Precisava fazer do outro lado também, senão em seguida está tudo aterrado de novo", observa o pescador Rui Carlos Guimarães, 65, que se dedica ao ofício há mais de 50 anos.
Quanto a essa preocupação, a SDR explicou que a limpeza está sendo feita pelo lado que a máquina tem acesso já que, no outro lado, dos molhes com pedras, não há largura suficiente para a máquina operar. O secretário afirmou, ainda, que o serviço foi tratado desde o início com representantes da comunidade, Associação e Prefeitura e que, apesar de não ter como prever a durabilidade do desassoreamento em razão do próprio clima e do nível da lagoa, é certo que a entrada das embarcações ao local será viabilizada por um bom período.
Safra de camarão preocupa
Enquanto o desassoreamento do Canal da Divinéia anima os pescadores, a safra de camarão traz novas preocupações. Um mês após o início da safra, as expectativas da comunidade não foram alcançadas. A água salgada e os baixos índices de chuva, antes do início da captura, traziam boas expectativas para a safra. Agora, a situação é diferente, conforme avalia o presidente da Associação de Pescadores. "Já era para ter uma produção maior. Vamos aguardar e torcer, mas está um pouco preocupante porque o camarão ainda está um pouco miúdo", lamenta Conceição.
Os trabalhadores esperavam que o crustáceo já tivesse se desenvolvido em maior quantidade. "A safra enganou todo mundo até agora. A gente ainda tem esperança que vai melhorar. Tem mais camarão miudinho nas beiradas [perto da orla], mas na lagoa está difícil", comenta Guimarães.
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