Nas bombas
Consumidores sentem aumento da gasolina em Pelotas
Variação nas bombas chega a R$ 0,20 e abastecedoras usam descontos de aplicativos como atrativo
Foto: Jô Folha/DP - Valor mais baixo encontrado em Pelotas está na casa dos R$ 4,99
Quem abasteceu o carro a menos de R$ 5,00 o litro em Pelotas só poderá conseguir valor semelhante se tiver aplicativo das abastecedoras ou se pesquisar na cidade até encontrar por R$ 4,99, menor valor encontrado pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) e divulgado no dia 5 de novembro.
Com os quatro aumentos praticados desde o dia 9 de outubro, consumidores já sentem a diferença no bolso na hora de abastecer. No Estado, o aumento médio do litro da gasolina comum foi de R$ 0,22. O ajuste ocorre apesar da Petrobras manter o custo congelado nas refinarias. Para o Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis Minerais (Sulpetro), outras variantes são responsáveis pela alta dos preços.
Desde o risco de desabastecimento, em função das manifestações pós eleições, passando pelas incertezas políticas do novo governo, até o reajuste de 27% do álcool anidro - biocombustível importado pelo RS principalmente de usinas do Paraná e São Paulo e que é misturado à gasolina - fizeram as distribuidoras elevarem seus custos e, com isso, repassarem aos postos, sem depender da estatal.
A análise é do presidente da Sulpetro, João Carlos Dal'Aqua, que ressalta ainda a questão da redução da alíquota do ICMS sobre os combustíveis, que diminuiu muito a margem de revenda das distribuidoras. "A situação foi chegando ao limite. Houve a insegurança com o fornecimento do produto, o que foi deixando o setor temeroso", explicou. Dal'Aqua, no entanto, é enfático ao afirmar: "Cada abastecedora administra sua realidade".
Nesse cenário, o posto da avenida Bento Gonçalves com Padre Anchieta optou em manter os preços de outubro, ou seja, R$ 5,08 o litro da gasolina comum. O gerente do Posto da Bento, Leandro Martins, diz que mantém atualizado o painel que mostra a composição dos preços dos combustíveis por questão de credibilidade com os clientes. No quadro mostra o preço aplicado em 22 de junho, quando para abastecer era preciso desembolsar R$ 7,28 por litro. O gerente, entretanto, não garante que os preços serão os mesmos, uma vez que no próximo abastecimento os valores virão reajustados da distribuidora.
Na última pesquisa de preço da ANP, o valor médio do litro da gasolina comum ficou em R$ 5,16, contra os R$ 5,07 praticados no início de outubro. A reportagem circulou pela cidade para conferir alguns preços e se estavam de acordo com o levantamento da ANP. A maioria marca R$ 5,09 nas bombas. É possível encontrar gasolina também a R$ 5,19 e, a mais cara, a R$ 5,29.
Em todos os estabelecimentos visitados, o que chama a atenção é a divulgação do valor do litro do combustível com desconto para clientes com aplicativos. Um frentista, que preferiu não se identificar, garante que os pelotenses costumam aproveitar a oferta que garante fidelidade com o estabelecimento e economia no bolso do consumidor.
Estratégia política
Não foi o caso do estoquista José Nilson, 33. Ele foi abastecer sua Kombi na manhã desta quarta (9) em uma abastecedora na rua Gonçalves Chaves e só conferiu o preço da gasolina comum quando o frentista já estava com a bomba no tanque. Foi aí que constatou que o posto escolhido estava aplicando R$ 5,29 pelo litro do combustível. "Senti a diferença pra cima", disse ele ao lembrar que o menor preço pago desde a política do ICMS foi de R$ 4,99. "Isso foi uma estratégia política. Tinham que manter a força os preços lá embaixo. Mas não ia demorar muito", comentou.

Carregando matéria
Conteúdo exclusivo!
Somente assinantes podem visualizar este conteúdo
clique aqui para verificar os planos disponíveis
Já sou assinante
Deixe seu comentário