Força!

Das cores, a força para superar a doença

Grupo de funcionários do HE tenta tornar a sala de procedimentos do Serviço de Oncologia e Radioterapia um lugar mais leve e alegre

Paulo Rossi -

O câncer é uma doença que desafia a vontade de viver. Grande parte das pessoas diagnosticadas é inundada por uma série de sentimentos, entre eles o medo e também a vontade de superar a doença. Pensando em como tornar o tratamento um pouco menos doloroso, através da motivação, um grupo de funcionários do Hospital-Escola (HE) da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) começou a realizar atividades diferenciadas. Uma vez por semana, toda terça-feira, a sala de procedimentos do Serviço de Oncologia e Radioterapia fica mais leve e alegre.

As cores, por exemplo, dão apoio na forma de se autorretratar. Os pacientes e acompanhantes ganham desenhos em formato de mandalas para pintar. O movimento da mão faz com que a mente viaje, traga outros pensamentos e distração.

Ildo Palm, 62, relata que só pintava na escola, e agora resgatou o hábito, enquanto acompanha a esposa nos ciclos de medicação. Normelia Beatriz Palm, 57, não deixa a doença lhe derrubar. Deitada, enquanto descansa e o medicamento entra em seu corpo, ela escolhe as cores para o marido pintar. Já foram 14 ciclos de medicação somados a uma cirurgia. A coragem e a fé continuam inabaladas. Segundo ela, o histórico familiar não deixa com que entre em pânico. A mãe e o pai tiveram câncer, e o pai sobreviveu, conta.

Outro acompanhante que procura nas cores suaves uma forma de relaxar é Gilberto Vargas, 52. Ele também está ao lado da esposa Fátima Vargas, 48. Ser diagnosticado com a doença já é pesado e essas ações ajudam a amenizar os problemas, salienta Vargas.

As ações de atividades elaborativas são desenvolvidas pelas enfermeiras Daniele Lacerda e Raquel Montezano, acompanhadas do técnico de enfermagem Leandro Rodrigues, com o apoio e supervisão da assistente social Maristela Irazoqui e da superintendente do Hospital-Escola UFPel, Julieta Fripp.

Doe Palavras
Outra iniciativa do projeto, ainda em fase inicial, é o Doe Palavras. Cada paciente escreve uma frase sobre como está se sentindo e como foi aquele momento em sua vida. Nas palavras não faltam sentimentos de motivação e os pacientes tornam-se escritores e poetas. Passam adiante suas experiências. A ideia, de acordo com a assistente social, é formar um livro a partir desses depoimentos. Atualmente, o projeto procura personalidades e escritores que queiram se dedicar a essa ação e eternizar em capítulos os momentos que cada paciente passou na sala de Oncologia e Radioterapia do HE.

A última semana de agosto foi um dia especial e também de esperança na vida de Jonas Pereira, 68, acompanhado da mulher Serena Pereira, 64. A data marcou o início do tratamento do aposentado. Ambos sentiram-se acolhidos com as inciativas realizadas pelo Hospital. Contente por estar ali, Serena escreveu uma carta. Nela conta a vida do casal, que luta contra o câncer sem medo, pois estão juntos e se amam. A carta, certamente, irá ser uma das páginas do futuro livro.

Ajude você também
O projeto aceita doações de lápis de cor novos e usados, assim como aceita voluntários interessados em participar das atividades. Maristela Irazoqui busca pessoas realmente interessadas em dar continuidade no projeto, que tenham participação assídua. Além disso, são aceitas iniciativas que ensinem trabalhos manuais ou outra atividade em grupo, dentro do perfil do projeto. Interessados podem conhecer o trabalho desenvolvido pelos funcionários no Serviço de Oncologia/Radioterapia do HE, avenida Duque de Caxias, 250.

Outras atividades desenvolvidas pelo projeto
- Ginástica laboral
- Dia da beleza (tratamento para unhas e sobrancelhas)
- Sessão de filme acompanhado de pipoca

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