Tempo

De olho na água

Defesa Civil e moradores do Pontal da Barra monitoram a chuva e o risco de elevação do nível dos mananciais na cidade

Paulo Rossi -

O temporal de quinta-feira (25) e as chuvas do fim de semana estão, aos poucos, elevando o nível dos mananciais. Conforme boletim do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga), o tempo volta a ficar instável nesta terça-feira no Rio Grande do Sul, com volume de chuva não tão grande, mas suficiente para elevar os rios e aumentar a preocupação em vários municípios. Nesta terça não deve chover em Pelotas, mas isso não desfaz o alerta. A água pode chegar do Norte do Rio Grande do Sul até a bacia hidrográfica da região e provocar alagamentos nas áreas mais baixas da cidade.

O que pode definir a situação são as condições do vento. O morador do Pontal da Barra, Marcelo Koglin, ciente das consequências da chuva, já avisa: “Se o vento marcar nordeste, vai encher”. Por enquanto, a comunidade não está apreensiva, somente atenta às mudanças na Lagoa. As enchentes são tristes conhecidas de quem mora na área. Em 2015 a estrada de acesso à comunidade ficou destruída e as famílias ficaram isoladas.

O pescador Flávio Puss, que mora no local há 25 anos, relata: “Nós estamos acostumados. Já é normal” - afinal, as casas foram construídas em uma região mais suscetível ao problema.

A meteorologista da Metsul, Estael Sias, afirma que o rio Guaíba registra elevação e as águas já estão escoando para Pelotas. Amanhã e quinta-feira deve chover forte na Metade Norte do Estado, provocando mais volume na Lagoa dos Patos entre os dias 4 e 5 de junho. Os rios Caí, Taquari e Sinos também estão elevados.

O secretário executivo da Defesa Civil em Pelotas, João Artur Nascimento, afirma que a unidade monitora a situação. Na tarde de ontem a Lagoa dos Patos estava 1,20 metro acima do normal - a situação só agrava quando chega em 1,40 metro. Sobre o risco de enchente, o secretário diz ser improvável, embora a Defesa Civil ainda não descarte a possibilidade. Os pluviômetros automáticos do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) mostravam acúmulo de 5,4 milímetros na estação Areal, 8,6 na Sinott e 4 na unidade da Colônia Z-3.

Entenda
Pelotas está inserida em uma grande bacia hidrográfica, posição que deixa a cidade vulnerável a elevações da Lagoa. Professor de Ecologia na Universidade Federal do Rio Grande (Furg), Marcelo Dutra explica que se esse grande volume de água não escoar devidamente, aliado à possibilidade de chuva na cidade, a chance de prejuízos é enorme. “A grande precipitação de água, potencializada pelo mau uso da terra em lavouras e pela falta de proteção nas margens, torna o Pontal da Barra um local de risco.” E avalia: toda vez que acontece o prejuízo é o mesmo e até hoje nada foi feito para evitá-lo.

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