Combate à violência

Delegacia dos Animais tem atuação destacada em Pelotas

Cartório especializado trabalha no município há quase um ano e já recebeu centenas de denúncias de maus-tratos

Reprodução -

Com dez meses de atuação em Pelotas, a Delegacia Amiga dos Animais já conseguiu fazer a diferença na vida de inúmeros bichinhos. Porém, infelizmente, a existência dela não é capaz de extinguir a maldade de quem maltrata cães e gatos. Este mês, o Diário Popular recebeu uma denúncia que mostrava um morador de um condomínio do Areal chutando uma cachorra que é cuidada pela vizinhança. Apesar da situação, ela passa bem e, inclusive, ganhou a oportunidade de ter um lar.

De acordo com a delegada titular, Lisiane Mattarredona, durante o período de existência, a delegacia já cumpriu 38 mandados de busca e 109 procedimentos foram instaurados. Destes, 84 já foram remetidos para a Justiça. Das denúncias, 266 foram averiguadas. Sobre as detenções, quatro autos de flagrante foram realizados e são cinco prisões - entre as em flagrante e as preventivas. Além disso, uma grande operação também foi efetivada - a chamada operação Asas da Liberdade, que visou o combate à caça e à venda ilegal de aves silvestres, com apoio da Brigada Militar.

Lisiane avalia esses últimos dez meses de forma positiva e garante que a equipe irá agir toda vez que houver crime. “Passamos a ter uma investigação criminal especializada. No cartório tem um policial para atender todas essas questões com muito mais celeridade”, aponta. A delegada também destaca a existência do Ministério Público especializado na área ambiental e a parceria com a Secretaria de Qualidade Ambiental (SQA) e com a Patrulha Ambiental da BM (Patram). “Tudo isso é importante para conseguirmos formar uma rede de atendimento”, frisa. As denúncias podem ser realizadas pelo 181, pelo 197 ou através de um número de WhatsApp específico: (51) 98444-0606.
A denúncia do Areal

Segundo um dos moradores do local, o animal vivia no condomínio há bastante tempo. “Tentamos manter os cuidados básicos e colocamos para adoção, mas não conseguimos uma casa”, conta. A Luna, como é chamada, é conhecida entre os moradores por ser brincalhona com as crianças. No último mês, no entanto, alguns pais começaram a relatar em um grupo que reúne os moradores que a cachorra estaria mordendo os pequenos. “Começaram a reclamar para o síndico e a ameaçar bater na bichinha. Diziam que iam ‘dar um sumiço’ e até envenená-la”, fala.

Ao menos uma parte dessas promessas se efetivou. No último dia 9, um homem que mora no local chutou o animal com violência. A agressão foi gravada pelas câmeras de videomonitoramento do condomínio. Pelas informações que a reportagem obteve, o agressor relatou que teria sido atacado e, por isso, revidou. No entanto, não é o que as imagens mostram. “Ele simplesmente se irritou e foi lá e chutou a cadela”, relata um morador, que preferiu não se identificar. A denúncia do caso já foi feita e, agora, tramita na delegacia. A delegada titular conta que a ocorrência segue na fase de investigação da autoria.

Os vídeos da agressão foram expostos no grupo e chegaram até as redes sociais da vereadora Cristina Oliveira (PDT), que classificou o episódio como revoltante. “Recebemos esse vídeo, captado por uma câmera de segurança, em que um homem aparece chutando covardemente um cãozinho. Até quando veremos cenas cruéis como essa?”, indagou na publicação.

Luna foi adotada há cerca de dez dias. Ela foi, inclusive, levada por uma moradora a um pet shop, onde recebeu um banho e ficou pronta antes de ser entregue à nova família. Mas nem todos os animais têm a mesma sorte. Por isso, apesar do final feliz desta história, o caso ainda deverá ter uma resolução.

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