Opinião
Deputado federal ou governador
Disputa pela Câmara dos Deputados é, a princípio, o destino mais certo do prefeito de Pelotas
O resultado das urnas em duas eleições capacita Eduardo Leite (PSDB) a pensar em voos mais altos. A disputa pela Câmara dos Deputados é, a princípio, o destino mais certo do prefeito de Pelotas - talvez em “dupla” com Viana, vereador reeleito com votação expressiva, como candidato à Assembleia Legislativa. Tudo dependerá, como sempre, da conjuntura política. Não é de se estranhar, no entanto, caso Eduardo desponte como preferido dos tucanos no Estado para concorrer a governador do Rio Grande do Sul.
A recente edição da revista Americas Quarterly (AQ) - publicação voltada a temas de política, economia e cultura na América Latina - posicionou Eduardo Leite entre os cinco políticos latino-americanos mais influentes de até 40 anos. Aos 31 anos, o prefeito de Pelotas recebe espécie de reconhecimento que muitos, com mais idade e tempo na política, não receberam. E cresce no cenário nacional.
No texto do repórter Stephen Kurzcy, Eduardo é descrito como “o tipo de político que está desesperadamente em falta na política contemporânea do Brasil” por haver-se recusado a sucumbir ao “sistema cleptocrático e assolado por escândalos que corrompeu muitos jovens profissionais”. De fato, como já afirmei há alguns meses nesta coluna, talvez não se possa contar nos dedos de uma mão os políticos jovens no Brasil que se igualem a Eduardo em competência, capacidade de trabalho e conhecimento da gestão pública no país.
Dizer que Eduardo é competente, tem capacidade de trabalho e conhecimento da gestão pública não significa, necessariamente, concordar com todos os atos de seu governo ou dizer que seu governo é impecável, perfeito. Claro que não é. A manchete de hoje do Diário Popular é um exemplo. Pelotas tem problemas históricos - como o acesso ao saneamento básico e à saúde - que não serão resolvidos por apenas uma gestão, mas por sucessivos governos capazes de gerir bem a máquina pública e devolver em serviços à população o que dela é retirado em impostos. Eduardo fez isso. Se por um lado aumentou o IPTU - sim, sei, aqui há discordâncias: mais correto talvez fosse dizer que o prefeito reviu a planta genérica de valores -, por outro, garantiu investimentos em saúde (para a inauguração e a manutenção da UPA, por exemplo) e em pavimentação.
Pode-se discordar de algumas prioridades elencadas pelo atual governo. E é natural, saudável, que existam divergências - até mesmo ideológicas. Não se pode, porém, querer destruir o que de bom foi feito. Mais: não se pode deixar de anotar que este governo trabalhou muito. E isso se confirma com as obras espalhadas pelo município.
O reconhecimento à capacidade de Eduardo Leite como político e ao que ele ainda pode ainda construir é, de certa maneira, um reconhecimento à cidade que o gerou e nele cravou marcas profundas.
Os passos na política serão maiores, a partir de agora. E o assédio também. Antes de tudo, é de princípios que se faz um homem - público ou não. Até aqui, Eduardo demonstrou tê-los. Que permaneça firme! Na Câmara dos Deputados ou no governo do Estado, que permaneça firme!
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