Tradição
Desfile Farroupilha lota avenida Bento Gonçalves
Com cerca de 500 cavaleiros na avenida, milhares de pessoas foram para a primeira edição da tradicional parada que retornou após dois anos
O tradicionalismo tomou as ruas de Pelotas neste feriado de 20 de setembro. A quarta-feira (20) amanheceu cinza, mas nem isso impediu que, desde cedo, todos os caminhos levassem à avenida Bento Gonçalves para o desfile Farroupilha, de volta após dois anos de pandemia. E o público compareceu em peso: às 10h, milhares de pessoas já aguardavam no canteiro central e nas calçadas para ver as bandas, forças de segurança e especialmente cavaleiros passando por ali.
As Banda da Brigada Militar, do Colégio Gonzaga e os alunos do Colégio Tiradentes abriram o caminho, que seguiu com diversos veículos das mais variadas forças de Segurança Pública e, por fim, os tão aguardados tradicionalistas, à cavalo e em caminhões temáticos, cruzaram o trecho a partir da rua Gonçalves Chaves, até a esquina com a Professor Araújo. Sob grande expectativa, os olhares atentos se transformavam em aplausos a cada novo grupo que cruzava por ali.
Para muitos, este foi um dia de conhecer um pouco mais as tradições. Antes do desfile, Rian Silva dos Santos e sua filha Ágatha, de quatro aninhos, se preparavam para a apresentação, cada um em seu cavalo. A pequena dizia não estar nervosa, montada no lombo do seu Minuano, comprado e domado especialmente para ela. Apesar da pouca idade, a montaria é uma atividade diária para a guria. Já o pai, de 22 anos, não conseguiu esconder a emoção. “Eu sempre sonhei com isso. Um dia meu pai me passou (o gosto pela tradição) e agora passar para ela é emocionante”, afirmou. Eles frequentam o Centro de Tradições Gaúchas (CTG) União Gaúcha.
Outra estreia foi a do diretor de Cavalarias da 26ª Região Tradicionalista (RT), Daniel Fonseca, em seu primeiro ano abrindo o desfile e carregando a chama neste cargo. “É ímpar. É a chance de mostrar para as gerações futuras que o tradicionalismo não vai morrer”, declarou, ao Diário Popular, minutos antes de abrir os trabalhos puxando a frente para os outros quinhentos cavaleiros e cavaleiras que vieram na sequência. Ele inclusive foi o responsável por trazer a chama, acesa em Canguçu no dia 9, a Pelotas.
Avenida lotada
Com mate em punho e pilchas, lenços e chapéus, eram milhares e milhares de pelotenses que aguardavam o desfile após dois anos sem sua realização, pelas restrições causadas pela pandemia. Para alguns, foi a primeira oportunidade: a pequena Maitê, de dois anos, foi levada pela mãe, Camila Souza, à avenida Bento Gonçalves para seu primeiro contato com um desfile Farroupilha. A pequena, que ama cavalos, batia palmas a cada tropa que passava por ali, na companhia da irmã Manuela.
Para muitas famílias, foi também a oportunidade de passar um tempo juntos. Josué Pires conta que sempre adorou o tradicionalismo e, na companhia dos familiares, diz que relembrar sempre a cultura gaúcha é fundamental. Apontando para a filha, que portava uma mateira, ele destacou a importância de passar adiante o que faz do gaúcho um povo tão ímpar.
Autoridades celebram
Coordenador da 26ª RT, Márcio Adir Corrêa, disse que esta edição de retomada dos desfiles foi sonhada por muito tempo e, os 500 cavaleiros presentes, somado à grande presença de público, mostra que a população segue abraçando as tradições. Para ele, a edição de 2023, por ter mais tempo de planejamento, vai ser ainda maior, já que haverá mais prazo para preparo de animais, cuja presença acabou restrita devido às exigências para prevenir a doença do mormo.
Já o vereador e patrono da Semana Farroupilha na 26ª RT, Paulo Coitinho (Cidadania) agradeceu o reconhecimento e celebrou a procura da população pelo evento. Por sua vez, a prefeita Paula Mascarenhas (PSDB) discursou celebrando as diferenças entre as pessoas, que acabam se unindo nas raízes culturais.
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