Paralisação nacional

Trabalhadores vinculados à Ebserh aderem à greve por tempo indeterminado

Categoria reivindica reajuste salarial e protesta contra tentativa de retirada de direitos; durante paralisação, 30% dos profissionais atuarão para manter serviços essenciais

Carlos Queiroz -

Profissionais vinculados à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) no Estado deliberaram por aderir à greve nacional e paralisam a maior parte das atividades por tempo indeterminado a partir desta quarta-feira (21). Na Zona Sul, a decisão impacta o Hospital-Escola da Universidade Federal de Pelotas (HE-UFPel) e o Hospital Universitário Doutor Miguel Riet Corrêa Jr., da Universidade Federal do Rio Grande (HU-Furg).

Conforme representantes do Sindicato dos Servidores Federais do RS (Sindiserf-RS), desde 2020 a categoria tenta Acordos Coletivos de Trabalho (ACT) com a Ebserh sem nenhum sucesso. Desde então as datas-bases, período destinado ao reajuste salarial referente ao percentual inflacionário, não têm sido corrigidas. Além disso, os trabalhadores alegam que há a tentativa de retirada do adicional de insalubridade e que não há liberação de uso dos abonos salariais devido aos impasses de acordo.

"Já tivemos em negociação diante da ministra do Tribunal Superior do Trabalho [TST], quando ela propôs 20% de reajuste linear de salário para todos e a empresa negou, sendo que o acúmulo inflacionário já chega a mais de 25%", declara o técnico de Enfermagem da Furg e um dos diretores do Sindiserf-RS, Reginaldo Valadão.

O indicativo de greve foi aprovado em plenária nacional, no último dia 6, onde em torno de 97% dos trabalhadores deliberaram pelo movimento paredista. Valadão afirma ainda que os profissionais estão com 30% de defasagem nos salários nos cerca de quatro anos em que a Ebserh não concorda em fechar acordo.

No Estado, a Ebserh é responsável pela gestão de três hospitais universitários, além de Pelotas e Rio Grande, a instituição de Santa Maria também aderiu à greve.

HE-UFPel
Outro diretor do Sindiserf-RS e enfermeiro no HE-UFPel, Jaques Boeno, afirma que no hospital haverá alta adesão à greve, tendo inclusive alguns setores com 100%.

Ainda de acordo com ele, a categoria manterá os 30% de trabalhadores atuando para a manutenção dos serviços essenciais em todas as áreas. A projeção é de que todos os setores sofrerão impacto, em razão da grande adesão. "Importante destacar que a greve foi o último meio que os trabalhadores tiveram de chamar a atenção", ressalta. Atualmente, no HE-UFPel são 965 trabalhadores.

HU-Furg
No Hospital Universitário da Furg a situação é semelhante: a grande maioria dos profissionais irá paralisar as atividades. Segundo, Valadão, na instituição a classe está se organizando para o remanejamento de escalas de serviço, já que até mesmo anestesistas devem aderir à greve, o que impactará nas cirurgias. No hospital são cerca de 800 profissionais.

O que diz a gestão dos hospitais 
Questionada sobre a paralisação dos profissionais, a administração dos dois hospitais declarou aguardar nota da Ebserh para se pronunciar. Até o fechamento desta edição, a empresa ainda não havia se posicionado quanto ao movimento.

 

 

 

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