Acaba neste sábado (18), à meia-noite, o horário brasileiro de verão.

Alívio de alguns e descontentamento de outros, a mudança fará com que a população de 11 estados atrase os relógios em uma hora. Contestada por uns, amada por outros, a ação busca o aproveitamento da luz natural em relação à artificial de forma a reduzir o consumo de energia elétrica entre 18h e 21h - horário de pico no consumo nacional.

Após 120 dias, a rotina dos moradores do Centro-Oeste, Sudeste e Sul retornará ao horário normal. No entanto, essa polêmica determinação sempre dá o que falar. Sirlei dos Santos, 77, nunca se acostumou com a troca dos ponteiros. Segundo ela, seu organismo sente as mudanças na alimentação e no sono. "Se antes eu jantava às 20h, agora janto às 21h e eu vou dormir mais tarde ainda", conta a aposentada. Já para Thais Pereira, 22, o horário de verão é uma maravilha. O tempo extra para realizar suas atividades após o expediente é o grande barato desse período. "Por mim poderia continuar o horário de verão o ano todo", brinca a vendedora.

De acordo com o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), a adesão ao horário de verão, este ano, deve acarretar uma economia de aproximadamente R$ 147,5 milhões. Destes, R$ 112 milhões se referem ao custo evitado em horário de pico e os outros R$ 35,5 milhões, aos gastos em regime normal de operação. A expectativa é de poupar 2.430 Megawatts, o suficiente para abastecer uma cidade do porte de Campinas, no interior de São Paulo, com 1,1 milhão de habitantes, ao longo de nove dias.

Pelo fim
Desde 2007 tramita na Câmara dos Deputados um projeto que pretende acabar com a adoção do horário de verão. Na proposta, o deputado Valdir Colatto (PMDB), de Santa Catarina, defende que o horário de verão atinge de maneira negativa parte da população, pois afeta diretamente a saúde, aumentando a fadiga e causando confusão de raciocínio. Além disso, afirma que a economia de energia é irrisória, menos de R$ 1,00 por brasileiro. Contudo, o projeto precisa passar por três comissões antes de ser encaminhado para o Senado. Atualmente a proposta tramita na primeira comissão e não tem data para ser votada.

Histórico
No Brasil, o horário de verão foi instituído em 1931, pelo então presidente Getúlio Vargas. A versão de estreia durou quase meio ano, de 3 de outubro de 1931 até 31 de março de 1932. No verão seguinte foi reeditada a medida com o mesmo tempo de duração. Posteriormente, a adoção da medida foi retomada em períodos não consecutivos, nos anos de 1949 até 1953, de 1963 até 1968, e nos tempos atuais a partir de 1985. O período de vigência é variável, mas em média a duração da aplicação da medida no Brasil tem sido de 120 dias, nos últimos 20 anos. Atualmente, o decreto determina que o horário de verão inicie no terceiro domingo de outubro e encerre no terceiro domingo de fevereiro, exceto se for o domingo que antecede o Carnaval que então deverá ser encerrado no domingo seguinte

Estados que devem ajustar os relógios

Centro-Oeste
Goiás
Mato Grosso
Mato Grosso do Sul
Distrito Federal

Sudeste
São Paulo
Rio de Janeiro
Espírito Santo
Minas Gerais

Sul
Paraná
Santa Catarina
Rio Grande do Sul