Problema
Dificuldade financeira segue na UFPel e no IFSul
Rombo financeiro das instituições não é resolvido pelos recursos liberados pelo MEC, já previstos no orçamento anual
Infocenter -
Os R$ 16,2 milhões destinados à Universidade Federal de Pelotas (UFPel) e ao Instituto Federal Sul-rio-grandense (IFSul) nos últimos dias são insuficientes para tapar o rombo financeiro das duas instituições. O valor, anunciado pelo ministro da Educação Mendonça Filho, não é uma ajuda extra e já estava previsto no orçamento. Além da UFPel e do IFSul, outros sete institutos e universidades federais foram contemplados com os R$ 84,3 milhões liberados.
Dos R$ 10.169.278,00 recebidos pela UFPel, R$ 6.236.481,00 são considerados liberação financeira e R$ 3.932.797,00 liberação orçamentária. O pró-reitor administrativo Ricardo Peter explica as diferenças entre os dois tipos. O primeiro é quanto a Universidade pode gastar no período - é como se fosse o crédito que ela tem para fazer contas. Já o segundo é o valor repassado para pagar os gastos feitos, ou seja, as notas empenhadas pela instituição. De acordo com o reitor Pedro Hallal, os quase R$ 4 milhões liberados no orçamento serão destinados às bolsas de assistência estudantil dos próximos dois meses e ao pagamento de empresas terceirizadas.
No IFSul, os R$ 3.083.284,00 de liberação financeira serviram para cobrir 70% das contas atrasadas do instituto. O reitor Flávio Nunes afirma que o repasse amenizou a situação orçamentária, pois existiam pendências há quase 70 dias. Os outros R$ 3.013.063,00 recebidos representam cerca de 5% do orçamento anual de custeio dos 14 campi. Flávio afirma que o dinheiro irá prioritariamente para a assistência estudantil e os gastos fixos das unidades, como água, luz e empresas terceirizadas. Para fechar o ano, o IFSul precisa receber mais R$ 10,8 milhões da verba de custeio, o que representa em torno de 20% do orçamento anual.
Pedro Hallal diz que o contingenciamento de recursos imposto pelo governo federal obrigou a UFPel a reduzir os gastos em 6% em relação ao ano passado. Segundo ele, a limitação orçamentária ocorre através de parcelamentos do orçamento anual. Em anos anteriores, o valor era disponibilizado integralmente às universidades no início do ano ou era pago mês a mês. Hoje não se sabe quando nem quanto vão receber. Ricardo Peter, pró-reitor administrativo da instituição, afirma que é impossível programar os gastos com esse ritmo de pagamento. No IFSul, a situação se repete. Sem saber quando receberá recursos novamente, Flávio Nunes explica que a solução é economizar ao máximo - ele estima uma redução de 8% nos gastos de 2017 em relação a 2016.
No dia 18 deste mês haverá um ato em defesa da educação pública na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul. A ideia é buscar ajuda dos parlamentares para pressionar o governo federal a liberar recursos às instituições de ensino. Ciente da difícil situação financeira enfrentada pelo país, o reitor do IFSul fala que a luta é para manter pelo menos a educação e a saúde como prioridades de investimento.
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