Iniciativa

Educação para combater a violência contra a mulher

Projeto Maria da Penha Vai à Escola promove atividades para estudantes da rede municipal

Foto: Jô Folha - DP - Cinco turmas participaram das atividades nesta quinta

Por Helena Schuster
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(Estagiária sob supervisão de Vinicius Peraça)


Informar para combater a violência contra meninas e mulheres. Essa é a proposta do projeto Maria da Penha Vai à Escola, que visita instituições da rede municipal de Pelotas para instruir jovens sobre a Lei Maria da Penha e os tipos de abusos contra mulheres. Promovido pela Secretaria de Assistência Social (SAS) em parceria com a Secretaria Municipal de Educação e Desporto (Smed), a iniciativa esteve nesta quinta-feira (24) na Escola Professora Maria Helena Vargas da Silveira, no bairro Sítio Floresta, para encerrar o cronograma de visitas deste ano.

A iniciativa faz parte do projeto Tour Maria da Penha, lançado em agosto pelo Centro de Referência de Atendimento à Mulher em Situação de Violência Professora Cláudia Pinho Hartleben, vinculado à SAS. Segundo a coordenadora do Centro, Paola Fernandes, a passagem pelas escolas contempla diversos temas relacionados à violência contra a mulher. “A gente trata tudo que traz a Lei Maria da Penha, os tipos de violência, o que é um relacionamento abusivo, a história da Maria da Penha e os direitos das mulheres.”

A coordenadora conta que a iniciativa é inspirada em um projeto de Brasília, adaptado à realidade pelotense. Destinadas para alunos a partir do sexto ano do Ensino Fundamental, as atividades buscam abordar o assunto em uma linguagem com que os jovens se identifiquem. “Tudo é tratado de forma lúdica, conversando com eles, falando sobre respeito e ensinando que tudo precisa ser consentido, para que eles também comecem a perceber o que pode e não pode.”

Até o momento, a coordenadora observa que o impacto do trabalho nas escolas tem sido positivo. “Os estudantes são sempre muito receptivos. No início eles ficam mais bagunceiros, mas depois vão se interessando e a gente nota que alguns reconhecem aquelas situações. No fim, eles até trazem dúvidas sobre onde denunciar, para quem ligar e como ajudar”, avalia Paola.

A ação já visitou escolas da zona rural e do bairro Porto. Para 2023, a expectativa é realizar visitas de forma quinzenal e alcançar todas as escolas da rede municipal.

Papel da educação
A coordenadora pedagógica da Smed, Sabrina Tarouco, reforça a importância das escolas para combater e prevenir a violência contra a mulher. “É dentro da escola que a lei tem que ser ensinada e que esse trabalho tem que começar”, avalia. Por conta disso, uma das grandes da iniciativa é tratar com cuidado como as informações entram nos educandários. “Não adianta um juiz ou delegado ir até lá e entregar um cartão para a criança. Eles precisam entender esses assuntos de forma lúdica e pedagógica”, sustenta, lembrando que a conscientização é fundamental para que os alunos tenham olhar atento porque podem ser vítimas direta ou indiretamente dessas violências.

Na Escola Professora Maria Helena Vargas da Silveira, cinco turmas entre o sexto e o nono ano participaram das atividades. Para os jovens, a oportunidade de discutir o assunto foi bem aproveitada. “É importante a gente estar aprendendo isso agora, na escola, para saber como lidar com isso no futuro”, comenta a estudante do nono ano Bianca Dias, 15. “A gente sabe que tem que denunciar e que tem a Lei Maria da Penha. Os professores também falam bastante com a gente sobre isso”, complementa a colega Érica Camile, 16.

Tour Maria da Penha
Com o apoio de secretarias municipais, UBSs e Centros de Referência de Assistência Social (Cras) dos bairros, o projeto circula em diferentes ambientes para informar a população sobre o assunto. Em novembro, as visitas também são alusivas aos 21 dias de ativismo pelo fim da violência contra a mulher, campanha organizada pela Organização das Nações Unidas (ONU). Neste mês, o Tour ainda deve visitar o Cras São Gonçalo para falar com mulheres nos arredores do bairro Navegantes. Para o futuro, a expectativa é expandir o projeto para outros espaços, como os quilombos.

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