Pet
Em busca de uma solução para os gatos
Falta de lugar definitivo a animais que vivem em casa abandonada fez com que a captura e a castração dos felinos fossem interrompidas
Paulo Rossi -
O número de gatos diminuiu, por enquanto, mas o problema continua. Essa é a situação da casa abandonada, localizada na rua Gonçalves Chaves, entre Major Cícero e Doutor Cassiano, ocupada por uma colônia de gatos. Em março, a ONG 84 Gatos da Gonça, em parceria com o Centro de Controle de Zoonoses da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), começou o recolhimento dos felinos para castração e cuidados médicos. Na época viviam na casa cerca de 50 animais e atualmente este número caiu para dez. Entretanto, as preocupações ainda são as mesmas. Além das doenças transmissíveis a humanos, os vizinhos temem pela reprodução dos gatos, pois as fêmeas estão em período de cio.
De acordo com as voluntárias da ONG, Bruna Rössler, 22, e Bruna Martins, 21, em março foram capturados dez animais. Desses, um morreu e os outros foram tratados e castrados. Agora eles estão em uma casa provisória à espera de novo lar. A alternativa de adoção foi descartada pela ONG, já que os bichos foram criados com pouca, ou nenhuma, convivência humana e são extremamente arredios e agressivos. A solução então seria a criação de um gatil municipal. Enquanto isso não acontece, as voluntárias estão em tratativa com um morador da zona rural, para que ele ceda um espaço e ajude a cuidar dos animais. Em contrapartida, a ONG irá construir um galpão para os gatos dormirem e ajudará a mantê-los com doações de ração. Para Bruna Rössler, essa seria a melhor solução, pois os animais presos apresentaram comportamento pior e desenvolveram doenças, causadas pelo estresse. Porém, é preciso ter cautela, ressalta a outra integrante. A pessoa que aceitar ficar com eles tem que estar ciente de que quando forem soltos não será possível capturar de novo, devido ao comportamento arredio.
Moradores preocupados
Enquanto a ONG não encontra um local definitivo para os nove felinos, o trabalho de captura e recolhimento dos que permanecem na casa precisou parar, o que gerou preocupação entre os vizinhos. Maria Helena Abowviski, moradora da casa ao lado há 20 anos, conta ter pena dos felinos, que acabam morrendo de fome ou nas brigas em disputa das fêmeas. Já a vizinha do outro lado, que prefere não se identificar, lamenta não poder utilizar as verduras da horta que cultiva, pois muitas parasitoses dos gatos podem contaminar a água e o solo.
Além disso, com o passar do tempo, a própria residência passou a oferecer riscos aos animais e principalmente aos voluntários da ONG. Em diversos pontos o teto cedeu. No piso o acúmulo de tijolos e madeira dificulta o acesso e a escada de madeira para o segundo andar está podre.
Relembre
Em 2015, 35 gatos foram recolhidos e castrados pelo Centro de Controle de Zoonoses. Porém, após o atendimento médico necessário, foram devolvidos pela prefeitura ao lugar de origem. Este é o procedimento padrão. Depois de capturados, os animais permanecem durante 30 dias no Canil Municipal para adoção. Na época, a ONG 84 Gatos da Gonça ainda não existia, mas as voluntárias já estavam envolvidas no caso e foram responsáveis pela captura. Elas relatam que esses animais ou acabaram morrendo ou mudaram de colônia, pois não são os mesmos que foram capturados na segunda etapa nem estão na casa.
Ajude com doações
No dia 3 de setembro a ONG fará um brechó para arrecadar fundos. A verba será utilizada na compra de ração, material de construção para o galpão, material de limpeza e remédios veterinários. O evento será realizado a partir das 10h, no Sindicato dos Trabalhadores Domésticos de Pelotas, na Santa Cruz, 2.454. Interessados podem ajudar de duas maneiras, doando roupas e também ração. O ponto de coletas de roupas para serem comercializadas fica na rua Almirante Barroso, 1.467. Já o recolhimento de rações, jornais e areia higiênica é feito na rua 15 de Novembro, 406.
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