Pesquisa

Epidemiologia da UFPel oficializa parceria milionária

Investimento de R$ 2 milhões foi destinado pela Umane para realização da Coorte de 1993 e outras pesquisas

Foto: Jô Folha - DP - Estudos são importantes para que se tenha mais evidências sobre doenças crônicas

O Centro de Pesquisas Epidemiológicas da UFPel e a Umane oficializaram uma importante parceria para a ciência brasileira. A organização sem fins lucrativos tornou-se a principal investidora na Coorte de 1993, estudo que realiza o acompanhamento de seus participantes em 2023. O acordo entre as instituições, celebrado na terça-feira (22), é válido até 2026 e prevê a destinação de R$ 2 milhões para o trabalho deste ano e, também, para pesquisas baseadas nos dados desta e das demais coortes já realizadas.

A Coorte de 1993 faz parte do programa de acompanhamento populacional da UFPel, que é referência no País e abrange quase 20 mil pessoas de quatro gerações pelotenses. Nesta etapa, um dos principais objetivos é investigar causas e fatores de risco relacionados a doenças crônicas não-transmissíveis. "Sem o apoio da Umane, hoje, a gente não conseguiria dar continuidade. Sem eles, não conseguiríamos fazer nem metade do que estamos fazendo", enfatiza o epidemiologista responsável pelo estudo, Fernando Wehrmeister. Desde julho, os pesquisadores fazem o acompanhamento dos nascidos em 1993. O trabalho compreende, além de questionário, exames como densitometria óssea, ultrassom das carótidas, acelerometria e outros.

A superintendente geral da Umane, Thais Junqueira, destaca que os investimentos foram motivados pela oportunidade de colaborar com a ciência brasileira e, também, pela relevância do trabalho da UFPel. "O trabalho que vem sendo feito aqui é absolutamente fundamental para impactar as diretrizes da política pública de saúde não só no Brasil. Esses achados das pesquisas da coorte de Pelotas foram, de fato, para o mundo", destaca.

Importância da pesquisa
Para a comunidade, os estudos são importantes para que se tenha mais evidências sobre doenças crônicas e, por consequência, existam políticas públicas alinhadas à mudança do perfil epidemiológico da população. "Aquilo que está se fazendo agora vai ter resultado prático para a população daqui dez ou 15 anos em forma de políticas públicas, ações em saúde e boas práticas em saúde", observa Wehrmeister.

Para a Umane, as pesquisas estão alinhadas aos princípios da organização. "Nosso foco de atuação, como instituição sem fins lucrativos dentro da saúde, é a saúde materno-infantil e as condições crônicas não transmissíveis e seus fatores de risco, exatamente o objeto de pesquisa aqui. Agora é um momento muito importante para observar outras condições crônicas que são desenvolvidas ao longo da vida, como hipertensão, diabetes", observa Thais.

Algumas descobertas sobre a Coorte de 93
- Quatro a cada dez participantes apresentaram duas ou mais doenças crônicas aos 22 anos de idade.
- Aos 11 anos, 20% tinham duas ou mais doenças crônicas e, também, dois ou mais fatores de risco; aos 22 anos, 35% tinham essa mesma condição.
- O sobrepeso aumentou cerca de 15 pontos percentuais dos 18 aos 22 anos.
- Alergias e problemas respiratórios foram as doenças mais prevalentes no início da infância.
- Sete em cada dez apresentaram dois ou mais fatores de risco (inatividade física, obesidade e sobrepeso, consumo abusivo de álcool, tabagismo e outros) em todas as idades avaliadas.


Sobre as coortes
As coortes são estudos longitudinais que se baseiam no acompanhamento de um grupo de indivíduos por certo tempo. Em Pelotas, todos os nascidos em 1982, 1993, 2004 e 2015 integram o programa de acompanhamento populacional da Epidemiologia da UFPel. Neste ano, está ocorrendo o acompanhamento de 30 anos dos participantes da coorte de 1993. Até agora, 820 questionários online foram respondidos, além de 750 avaliações presenciais. "A gente espera chegar a 3,5 mil pessoas nos próximos sete meses", projeta Wehrmeister.

Nesta etapa, pela primeira vez os filhos dos participantes também estão sendo avaliados. Quem nasceu em Pelotas em 1993 deve contatar a Epidemiologia da UFPel para atualizar seu cadastro através do WhatsApp (53) 99920-3935. Nas redes sociais, o perfil oficial do estudo também disponibiliza diferentes formas de contato e informações e dados sobre o programa.

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