Inclusão
Semana da Pessoa com Deficiência vai até dia 28 em Pelotas
Atividades abertas ao público como palestras, apresentações culturais fazem parte da programação
Foto: Carlos Queiroz - DP - Oficina do projeto Graffiti Down marcou a abertura do evento esta semana
Com o objetivo de dar visibilidade para as demandas das pessoas com deficiência em Pelotas, começou oficialmente segunda-feira (21), a 24ª Semana Municipal da Pessoa com Deficiência. Com o tema "Rompendo barreiras e garantindo a inclusão", a programação se estende até 28 de agosto.
Para o presidente do Conselho Municipal de Direitos da Pessoa com Deficiência e Alta Habilidade, Michel Ribeiro, o evento se soma à luta diária do grupo pelos direitos das pessoas com deficiência (PCDs). "É um chamativo para as pessoas nos procurarem e para a sociedade civil saber os direitos que as pessoas com deficiência têm."
A representante da Secretaria de Assistência Social (SAS) no Conselho, Brandina Büttow, complementa a importância da mobilização. Segundo ela, a acessibilidade ainda é um dos principais desafios na cidade. "A gente já lutou e conseguiu muita coisa, mas ainda tem muito o que fazer. Mais visibilidade, acessibilidade nas escolas, nas calçadas, no transporte."
A Semana conta com atividades abertas ao público como palestras, apresentações culturais, atividades esportivas, visitas a museus e outros. No site da Prefeitura de Pelotas é possível conferir a programação.
Diferentes iniciativas
A diretora da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) de Pelotas, Jeane Dias, conta que, para os 200 usuários da instituição, a visibilidade destes eventos é fundamental. Para ela, há muito a avançar na inclusão de PCDs. "Pelotas está bem defasada em relação à acessibilidade urbana. A inclusão dos alunos nas escolas regulares também é difícil. Muitas escolas não estão preparadas para recebê-los", observa.
Uma oficina ao ar livre do projeto Graffiti Down marcou a abertura do evento, segunda. O coordenador do projeto, Gabriel Veiz, conta que 12 alunos integram a iniciativa. Uma das reivindicações é o olhar mais atento e a destinação de recursos para projetos voltados às pessoas com deficiência. "Nosso grupo já foi maior. Justamente por não ter conseguido apoio, não consegui aumentar o número de alunos. Mas temos procura de pelo menos mais umas 20 pessoas", observa.
Celebração e luta
Para quem vive na prática os desafios enfrentados pelos PCDs, o evento é uma oportunidade de celebrar potencialidades e, também, conscientizar a população. Mãe do jovem Bryan Rocha, 21, que é cadeirante e possui paralisia cerebral, Adriane da Silva, 38, conta que tem boas expectativas para as atividades. "A importância [da semana] é mostrar que eles existem e que nós estamos aqui. Temos que botar a cara na rua, fazer festa e mostrar que eles estão aí para fazer o que quiserem", destaca.
Bryan, que faz parte do Centro de Reabilitação de Pelotas (Cerenepe) desde pequeno, é paratleta em diferentes categorias de arremesso e, nesta terça, também participou do desfile de abertura do evento. "Sou multifunção", brinca o jovem. Apesar da celebração, a mãe ressalta que ainda há muito o que avançar em Pelotas. "Não temos livre acesso a lugar nenhum. As calçadas quebram as cadeiras e os ônibus estão quebrados. As pessoas também não respeitam as vagas de estacionamento para cadeirantes. Educar a população é fundamental, é isso que luto muito", ressalta.
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